Delegado titular de Uchoa, Paulo Rogério Maciel Moreschi, de 43 anos, que também atua na Central de Flagrantes de Rio Preto, chegou a ficar intubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Beneficência Portuguesa
Após passar 23 dias internado no
Hospital Beneficência Portuguesa após contrair Covid-19, o delegado titular de
Uchoa, Paulo Rogério Maciel Moreschi, de 43 anos, que também atua na Central de
Flagrantes de Rio Preto, foi curado e recebeu alta nesta terça-feira (14). Ele está com a mulher e o filho.
"Primeiramente eu gostaria de agradecer todas as orações que foram feitas pela minha recuperação. Essa doença é muito grave e não abala só o nosso corpo físico, mas nosso emocional. Saio do hospital com a certeza de que apesar de não termos controle sobre esse vírus, podemos controlar de certa forma a contaminação, usando máscara e evitando a aglomeração de pessoas. Saio com o desejo de reconstruir minha vida e restabelecer a normalidade como era antes, cuidando mais da minha saúde e priorizando a vida. Amém", disse o delegado ao DLNews.
Moreschi apresentou os sintomas
da doença no dia 17 de junho e chegou a passar mal na delegacia de Rio Preto. O
estado de saúde ele foi grave - o
delegado foi internado na UTI no dia 22 de junho, chegando a ficar intubado por
nove dias.
Ao fonoaudióloga Cândice Lima Moreschi, mulher do delegado, contou
que se sente grata por todas as orações enviadas ao marido e sua família. "Sentimos
todo o carinho e as orações”, disse.
Vida saudável
Mesmo contraindo a doença, Moreschi
não tinha comorbidades, fazia atividades físicas regularmente e seguia uma
alimentação saudável.
"Pra mim, o que ficou mais
marcante foi a evolução rápida da doença, o fato de ele não ter nenhuma
comorbidade. O fator de risco dele é a exposição que ele sofre no trabalho e o
fato desse diagnóstico inicial de dengue, eu acho que pelos sintomas serem
parecidos. Isso chama bastante atenção e serve de alerta para outras
famílias e pessoas que apresentarem sintomas semelhantes”, disse Cândice.
Linha de frente
Segundo informações da Secretaria
de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), mais de 4 mil policiais
militares, civis e técnico-científica estão afastados com suspeita ou
diagnóstico positivo para a doença, correspondendo a 3,6% do efetivo de 113 mil
agentes. Até o momento já são 10 policiais militares e seis policiais civis
mortos pela doença, totalizando 16 óbitos.
Para a presidente do Sindicato
dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), Raquel Kobashi
Gallinati Lombardi, os números de novos casos entre policiais infectados com
Covid-19 aumentam quase diariamente, assim como os afastamentos.
"Enquanto essa situação não
estiver controlada, é necessário que os policiais que se enquadram em algum
grupo de risco permaneçam afastados das atividades nas delegacias e do contato
com o público. O Estado também deve limitar os registros de boletins de
ocorrências em delegacias somente aos casos em que a ação policial imediata for
fundamental, como homicídios, latrocínios e remoção de cadáver; violência
doméstica e contra crianças e adolescentes; estupro, sequestro e cárcere
privado; e autos de prisão em flagrante”, disse.
Para registrar um boletim de
ocorrência eletrônico, clique aqui.