Mesmo sem comorbidades, delegado titular de Uchoa, que também atua na Central de Flagrantes de Rio Preto, está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 22 de junho
O delegado titular de Uchoa,
Paulo Rogério Maciel Moreschi, de 43 anos, que também atua na Central de
Flagrantes de Rio Preto, apresentou evolução no estado de saúde e já respira
50% sozinho. Moreschi testou positivo para Covid-19 e continua intubado no
Hospital Beneficência Portuguesa, mas deve retirar o respirador em breve, já
não tem mais febre e o estado de saúde dele é estável.
Moreschi apresentou os sintomas
no dia 17, chegou a ser atendido no pronto-atendimento da Unimed com suspeita
de dengue. O delegado chegou a realizar o exame PCR para Covid-19 na Vigilância
Sanitária de Uchoa. Ambos os resultados chegaram a dar negativo para Covid e dengue.
"Eu acredito que os exames
iniciais tenham dado negativo porque ele estava no segundo dia de sintomas. A
recomendação dos laboratórios é fazer o exame a partir do terceiro ou oitavo
dia de sintomas”, afirmou a fonoaudióloga
Cândice Lima Moreschi, mulher do delegado, ao DLNews.
Cândice contou ainda que o que
mais marcou para ela foi
a velocidade em que a Covid-19 impactou a saúde do marido. Segundo a
fonoaudióloga, Moreschi não tem comorbidades, pratica exercícios físicos
regularmente e se alimenta de forma saudável.
"Pra mim, o que ficou mais
marcante foi a evolução rápida da doença, o fato de ele não ter nenhuma
comorbidade. O fator de risco dele é a exposição que ele sofre no trabalho e o
fato desse diagnóstico inicial de dengue, eu acho que pelos sintomas serem
parecidos. Isso chama bastante atenção e serve de alerta para outras famílias e
pessoas que apresentarem sintomas semelhantes”, disse.
Nesta quinta-feira (2), Cândice
deixou uma carta na instituição assinada por ela e o filho, que ainda é
criança. "Eu dei a carta para o médico ler para ele, eu acho que vai ajudar
muito”, contou.
Atenta às informações
divulgadas sobre a doença, Cândice deixa um alerta àqueles que não seguem as recomendações
de segurança ou não acreditam na gravidade das consequências da Covid-19.
"É importante destacar que a
doença vem trazendo novas características. Antes era uma doença que acometia
idosos, depois pessoas que tinham alguma comorbidade, que pertencia a algum
grupo de risco ou de saúde. O caso do Paulo veio para mostrar que a gente ainda
não conhece esse vírus e as formas de prevenção que a gente tem, que são
extremamente simples e eficazes, a gente deve manter porque não conhecemos totalmente esse vírus. Os casos de ação da covid são muito peculiares em cada caso”,
ressaltou.
"No caso do Paulo, a evolução da doença
foi muito rápida. O que a gente tem certeza sobre essa doença é do que a gente
pode fazer pra se prevenir. Temos que trabalhar com certezas que a gente tem, que
são essas....cada um fazendo a sua parte. Se cada um já estivesse fazendo a sua
parte, acho que estaríamos em um cenário diferente”.
Linha de frente
Segundo informações da Secretaria
de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), mais de 4 mil policiais
militares, civis e técnico-científica estão afastados com suspeita ou diagnóstico
positivo para a doença, correspondendo a 3,6% do efetivo de 113 mil agentes.
Até o momento já são 10 policiais militares e seis policiais civis mortos pela
doença, totalizando 16 óbitos.
Para a presidente do Sindicato
dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), Raquel Kobashi
Gallinati Lombardi, os números de novos casos entre policiais infectados com
Covid-19 aumentam quase diariamente, assim como os afastamentos.
"Enquanto essa situação não
estiver controlada, é necessário que os policiais que se enquadram em algum
grupo de risco permaneçam afastados das atividades nas delegacias e do contato
com o público. O Estado também deve limitar os registros de boletins de
ocorrências em delegacias somente aos casos em que a ação policial imediata for
fundamental, como homicídios, latrocínios e remoção de cadáver; violência
doméstica e contra crianças e adolescentes; estupro, sequestro e cárcere
privado; e autos de prisão em flagrante”, disse.
Para registrar um boletim de
ocorrência eletrônico, clique aqui.