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Plaza Avenida: crítica a decreto municipal restritivo
Foto por: Heitor Mazzoco
Plaza Avenida: crítica a decreto municipal restritivo

Shoppings e comércio de rua deflagram guerra contra prefeitura para abrir 6 horas

Por: Maria Elena Covre, Fabrício Carareto, Heitor Mazzoco e Lucas Israel
03/06/2020 às 20:31
Bastidores

Centros de compras também questionam turno pela manhã nos finais de semana e comerciantes de rua querem abrir aos sábados e feriados


Mais gritaria 1
O decreto da Prefeitura de Rio Preto publicado nesta quarta-feira (3) com novo regramento para o funcionamento do comércio de rua e shoppings provocou mais uma onda de insatisfação entre lojistas, que decidiram pressionar por seis horas diárias de atividades (atualmente são 4 horas) e aumento no limite de ocupação, passando de 20% para 30% da capacidade dos estabelecimentos. 

Mais gritaria 2
A grita é motivada ainda pelo não-funcionamento do comércio de rua aos sábados e feriados. E também pelos horários definidos para abertura dos shoppings aos finais de semana (das 10h às 14h). Como cereja no bolo de insatisfação, a prefeitura determinou um curso online aos comerciantes sobre protocolos e prevenção, que começa nesta quinta-feira, dia 4. 

Compraram a briga 
A Acirp e o Sincomercio compraram a briga. A primeira divulgou no início da noite um longo texto em que  avalia os impactos da crise sanitária na economia local, onde afirma que "o importante agora é salvar empresas e empregos”. Já o Sincomércio diz que vai entrar com mandado de segurança junto à Justiça para tentar garantir 6 horas de atividades, funcionamento das lojas de rua aos sábados e ampliação para 30% da capacidade de atendimento. 

Isonomia 
"Com relação aos lojistas dos Calçadão e outros corredores comerciais da cidade, a gente vai brigar por isonomia em relação aos Shoppings. Se continuar assim, o desemprego vai estourar, especialmente porque está para vencer o período legal de suspensão de contratos que foi autorizado pelo governo federal, que é de 60 dias. Este é um setor que emprega pelo menos 30 mil pessoas”, diz Ricardo Arroyo, presidente do Sincomercio. 

Muda toda hora 
Walter Carrazone, diretor da Acirp que representa os shopping centers, diz o setor está coeso na insatisfação. Segundo ele, o que mais desagrada aos centros de compras é a mudança constante no regramento. "De repente, soltaram um decreto ontem (terça) e outro decreto hoje (quarta). Agora tem um curso de 7 dias para o comerciante se adequar às novas regras. Que empresário tem cabeça para fazer isso agora? Sempre uma dúvida do que virá na próxima semana”, afirmou.

Por que lá pode?
Em nota, o Plaza Avenida questiona formalmente o novo escalonamento de horários determinado pela prefeitura. E cita como exemplo Marília, Piracicaba, São José dos Campos e Taubaté, todas, segundo o centro de compras, com perfil semelhante ao de Rio Preto, que também estão na fase 2 do decreto do governador João Doria (PSDB) para flexibilizar o comércio, mas que permitiram o funcionamento de até 8h nos shoppings. 

Críticas
"Apenas quatro horas só vai provocar mais aglomeração e ninguém consegue vender nada”, afirma o diretor de administração do Plaza Avenida Shopping, Luiz Fernando Rodrigues. Além da flexibilização, outro ponto alvo de críticas é a alteração do horário de funcionamento dos shoppings aos finais de semana, das 10h às 14h. "Ninguém vem aos shoppings aos finais de semana pela manhã,” diz ele. 

Regra estadual 
Em nota, a Prefeitura de Rio Preto afirmou que, por deliberação do Comitê Gestor de Enfrentamento ao Coronavírus, optou por seguir o Plano SP apresentado pelo governo do Estado. "O Plano prevê a abertura dos estabelecimentos por quatro horas, podendo os prefeitos apenas restringir mais e não ampliar o atendimento além do prazo estipulado para a fase 2 – laranja”, diz o texto. Além disso, o Comitê pondera que a abertura por mais tempo irá permitir maior exposição dos clientes/usuários ao risco de contaminação. 

Pela fé 1
Apesar dos números de Covid-19 em alta, como em quase todas as cidades da região, a prefeita de Catanduva, Marta do Espírito Santo (MDB), cedeu à intensa pressão que vinha sofrendo de lideranças católicas e evangélicas e editou decreto nesta quarta (3) liberando a realização de cultos e missas presenciais na cidade. O município tem 137 casos positivos da doença e 10 mortes. 

Pela fé 2
Os templos já estavam autorizados a permanecer com as portas abertas para os fieis, mas as celebrações presenciais coletivas não eram permitidas. Depois de se reunirem com a prefeita nas últimas semanas, um grupo de religiosos formado pelo bispo de Catanduva, Dom Valdir Mamede, e pastores de diferentes denominações evangélicas, participou de barulhenta sessão na Câmara na noite desta terça (2). Foi quando a prefeita, chamada numa videoligação por um vereador, prometeu rever o decreto. 

O poder do lobby
O lobby de setores específicos por flexibilização tem sido comum em várias cidades. Em Rio Preto, Edinho Araújo (MDB) sente com mais força a pressão dos profissionais da beleza e também de donos de restaurantes, bares e academias. E agora, dos comerciantes, que querem mais tempo de abertura. 

Coisas da política 
A prefeita de Catanduva percebeu que não ceder à pressão dos religiosos seria uma má decisão politicamente falando. Duas semanas atrás, por exemplo, uma comitiva formada pelo bispo dom Valdir Mamede e o popular padre Osvaldo esteve em audiência no Palácio dos Bandeirantes com integrantes do governo do Estado, entre os quais o governador João Doria (PSDB) e o Secretário de Desenvolvimento, Marco Vinholi (PSDB),  pedindo pela liberação das celebrações religiosas. Detalhe: Osvaldo se filiou ao PSDB em abril e é candidatíssimo à cadeira de Marta. 

Mais verba
A Santa Casa de Rio Preto já conseguiu, por meio de convênios e emendas parlamentares, R$ 9,3 milhões. Deste valor, R$ 7,1 milhões são convênios com a Prefeitura de Rio Preto para tratamento exclusivo relacionado à pandemia da Covid-19, o novo coronavírus. Foram dois acordos firmados até o momento com prazo de vigência até agosto deste ano. 

Congresso Nacional
A partir de emendas parlamentares, a Santa Casa conseguiu R$ 2,2 milhões. A verba chega por meio das indicações dos deputados federais Geninho Zuliani (DEM), Alexis Fonteyne (Novo), Guilherme Derrite (PP), Luiz Flávio Gomes (morto em abril último), General Paternelli (PSL) e a senadora Mara Gabrilli (PSDB). 

Justiça
O pré-candidato a prefeito de Rio Preto pelo DC, o advogado Rogério Vinicius questiona valores repassados à Santa Casa pela Prefeitura de Rio Preto. Ele entrou com ação para suspender os convênios por, segundo sua justificativa, existirem elementos de que os valores estão altos. A juíza Tatiana Pereira Viana Santos, da 2ª Vara da Fazenda, negou a liminar para que Prefeitura de Rio Preto e Santa Casa possam ser ouvidas na ação.    

Bezerra
Emendas da deputada Adriana Ventura (Novo) e do falecido Luiz Flávio Gomes também destinaram R$ 500 mil para o hospital Bezerra de Menezes. 

Mais vendas
O prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo (MDB), pretende colocar mais terrenos do Executivo à venda, informou a Secretaria de Planejamento. Nesta quarta, um edital com diversas áreas foi publicada e o valor mínimo esperado de arrecadação é de R$ 10,8 milhões. 

Girar economia
O Planejamento afirmou que a medida de colocar terrenos à venda visa a entrada de recursos para a Prefeitura, que já deixou de arrecadar R$ 33,5 milhões no primeiro quadrimestre devido à pandemia da Covid-19. "Porém o objetivo principal é a geração de empregos e renda, movimentando assim a economia local”.

De prontidão 1
Ao ser recebido pelo prefeito Edinho Araújo (MDB) no início da noite desta terça-feira (2), o deputado estadual Itamar Borges (MDB) prometeu que, com a retomada das atividades na Assembleia Legislativa, vai dar atenção especial a duas matérias de interesse de Rio Preto: a transformação de Rio Preto em MIT (Município de Interesse Turístico) a criação da Região Metropolitana. 

De prontidão 2
Esta segunda foi uma bandeira empunhada no Legislativo Estadual pelo ex-deputado estadual João Paulo Rillo (Psol). Na época, o emedebista tinha Santa Fé como domicílio eleitoral. Itamar diz, agora, que vai poder contar com a ajuda do secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi (PSDB), de Catanduva, na empreitada. Ainda na visita ao prefeito, Itamar anunciou emenda de R$ 1 milhão para a saúde de Rio Preto. 

Pelo sim, pelo não 
O delegado Edson Ermenegildo, presidente do Mirassol FC, se afastou da delegacia de Polícia Civil da cidade. É grande a pressão dentro do PSDB para ele ser candidato à prefeitura. Pelo sim, pelo não, ele cumpriu os requisitos legais de deixar o cargo dentro do prazo previsto por lei, mas tem resistido à ideia de voltar à urnas. O tucano é um veterano em eleições, já tendo disputado, sem sucesso, cadeira no Legislativo e também o trono Executivo. 







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