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Grupos racistas são acusados de estimular violência em protestos antirracistas

Por: FOLHAPRESS -
02/06/2020 às 12:30
Brasil e Mundo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Defensores de causas racistas estão sendo acusados por autoridades de estimular a destruição e a violência em meio aos protestos qu...


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Defensores de causas racistas estão sendo acusados por autoridades de estimular a destruição e a violência em meio aos protestos que tomaram os EUA após a morte de George Floyd.
Os atos tem como principal objetivo a crítica ao racismo e à violência policial contra os negros no país.
O Twitter disse nessa segunda (2) ter removido uma conta que se identificava como antifascista e que defendia o uso de violência nos atos, mas era na verdade controlada por um grupo que defende a supremacia branca.
"Esta conta violou nossa política contra manipulação e spam. Tomamos medidas após a conta enviar um tuíte incitando a violência", disse o Twitter em um comunicado.
A conta bloqueada, @antifa_us, tuitou no domingo (31): "Alerta: esta noite é a noite, camaradas. Esta noite nós diremos "f**a-se a cidade" e vamos para as áreas residenciais, os bairros brancos e tomaremos o que é nosso #BlacklivesMatters".
O Twitter disse que também apagou outras contas que promoviam a violência nas ruas e eram ligadas a movimentos que se identificam como "identitários", pois defendem que os brancos protejam sua identidade racial, mas na prática realizam ações racistas.
Autoridades também deram declarações sobre a presença de brancos em meio a cenas de violência. Em Seattle, a prefeita Jenny Durkan disse temer que os negros acabem culpados pela confusão causada pelos brancos.
"É impressionante o quanto as pessoas que estão saqueando, roubando e incendiando coisas no fim de semana são jovens homens brancos", disse Jenny Durkan, prefeita de Seattle, em uma entrevista. Ela disse temer que os negros acabem sendo culpados por problemas que não causaram.
Em Pittsburgh, um homem branco foi preso ao ser flagrado quebrando vidros de uma viatura policial. Identificado como Brian Bartens, 20, ele usava uma bandana com o símbolo de um movimento pela libertação dos animais. Em um vídeo, ele mostra o dedo do meio para manifestantes negros que pedem que ele pare a destruição.
Agentes de segurança de Minnesota, estado onde fica Minneapolis, disseram no domingo acreditar que racistas estão indo aos protestos para causar confusão.
Os atos realizados desde a semana passada nos EUA foram palco de diversas cenas de depredação feitas por ativistas negros que consideram a violência como uma forma válida de ação política.
No entanto, em várias outras cenas registradas pelo país, manifestantes negros também atuaram de modo a conter saques e depredações durante os protestos.
Os protestos, que pedem o fim da violência policial e do racismo, seguem ocorrendo mesmo após as duras ameaças do presidente Donald Trump de usar militares para enfrentar os manifestantes, feitas na noite de segunda.
Os atos começaram após George Floyd, um homem negro de 46 anos, ser asfixiado por um policial branco em Minneapolis após ser detido, e ocorrem há sete dias.
Desarmado, o ex-segurança teve o pescoço prensado contra o chão por quase nove minutos pelo joelho de um policial branco em Minnesota. O agora ex-policial Derek Chauvin foi preso na sexta-feira (29) e transferido no domingo para uma prisão de segurança máxima, onde espera julgamento.
O agente já foi objeto de 18 inquéritos disciplinares, dos quais 16 foram encerrados sem nenhum tipo de punição. Ele foi demitido da polícia logo após o episódio vir à tona.
Nesta segunda (1º), médicos independentes apontaram que Floyd foi morto por "asfixia mecânica", o que difere do relatório divulgado pela polícia anteriormente.
O vídeo da ação, gravado por testemunhas que passavam pelo local, viralizou nas redes sociais e mobilizou o país.
Os atos contra a violência sistemática da polícia têm escancarado mais uma vez as desigualdades e o racismo estrutural que atravessam as instituições americanas.
Eles ganham força em momento em que o país sofre com a pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 100 mil pessoas e mergulhou os americanos -principalmente os negros- em uma combinação de crise econômica e de saúde pública sem precedente.

Publicado em Tue, 02 Jun 2020 12:08:00 -0300







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