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Edinho Araújo, prefeito de Rio Preto
Foto por: Divulgação
Edinho Araújo, prefeito de Rio Preto

Plano de Doria deixa margem para Edinho avançar na reabertura da economia

Por: Maria Elena Covre, Fabrício Carareto, Heitor Mazzoco e Lucas Israel
27/05/2020 às 19:31
Bastidores

Pressão é grande para prefeito editar decreto contemplando flexibilização também de restaurantes e salões de beleza


Decisão difícil 
O prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo (MDB), pediu ao governo do Estado mais autonomia dos gestores municipais para decidir o grau de flexibilização das atividades econômicas e ganhou, mas ainda avalia até onde irá com a liberdade conquistada. E a pressão para avançar muito além da abertura de shoppings centers e comércio de rua é grande. 

Aquém do esperado
Depois de longas reuniões na tarde desta quarta-feira (27) com o chamado "núcleo duro” quando as pautas são as crises sanitária e econômica, Edinho avisou, por meio de vídeo, que só falaria das medidas com mais propriedade nesta quinta-feira (28). O plano de retomada gradual anunciado pelo governador João Doria (PSDB) para os 97 municípios que integram a DRS (Diretoria Regional de Saúde) de Rio Preto fica aquém do esperado por entidades como Acirp, Sincomércio, Fiesp e Ciesp. 

Margem de ação 1
Mas o Estado deixa uma larga margem de ação a Edinho para avançar, atendendo às pressões de setores não contemplados, como academias de ginástica, bares e restaurantes, salões de beleza e manicures. "Os prefeitos terão mais autonomia para conduzir e fiscalizar a flexibilização das atividades, de acordo com o cenário local”, disse Doria ao apresentar o plano. 

Margem de ação 2
No documento elaborado pelo Estado, "municípios que estiverem nas fases 2, 3 e 4 poderão flexibilizar determinados setores anunciados anteriormente”. O material cita ainda que "a flexibilização deverá ser feita por decreto pelos prefeitos das cidades observando também os planos regionais”. 

Complexo
Edinho foi convencido pela sua retaguarda jurídica – Adilson Vedroni (procurador-geral) e Luis Roberto Thiesi (secretário de Administração) – que era preciso esperar a publicação na íntegra do decreto de Doria, nesta quinta, para só então se debruçar sobre as definições que cabem ao município. 

Tem que abrir mais 
Vereadores como o presidente da Câmara, Paulo Pauléra (PP), apostam no avanço da flexibilização. A Acirp também já se posicionou, dizendo não ter cabimento a cidade estar no mesmo patamar de retomada que a Capital (nível 2). Pela escala do Estado, são cinco fases: fase 1 (só serviços essenciais); fase 2 (comércio de rua, shoppings, escritórios e concessionárias, por exemplo); fase 3 (todos os anteriores, mais bares, restaurantes e salões); fase 4 (todos os anteriores, mais academias de ginástica) e fase 5 (volta à normalidade total, com escolas e transporte).

No escuro 1
Mesmo após o anúncio do governador João Doria (PSDB) permitindo a volta do funcionamento dos shopping centers na região de Rio Preto, as administrações dos centros de compras na cidade continuam sem saber como se dará na prática a reabertura a partir do dia 1º de junho. Isso porque, até o início da noite desta quarta-feira, 27, ainda não havia informação sobre as normas e protocolos que vão nortear as atividades enquanto durar a crise sanitária. 

No escuro 2
Os shoppings Iguatemi e Cidade Norte aguardam uma posição oficial da Prefeitura para determinar como as atividades serão regulamentadas. O Plaza Avenida, em comunicado aos lojistas, já se adiantava quanto aos cuidados que deveriam ser tomados, mas ainda espera pelo Executivo. O Riopreto Shopping determinou, por conta, que os lojistas passem por treinamento específico e elaborou cartilha informativa com uma série de recomendações.

Protocolo
E esperar as regulamentações das prefeituras é a medida mais adequada, segundo o presidente Associação Brasileira dos Shoppings Centers (Abrasce), Glauco Humai. Segundo ele, o impacto da pandemia para o setor no primeiro quadrimestre foi de R$ 25 bilhões. A ordem, agora, é evitar prejuízos e seguir à risca o que for determinado. "Vamos seguir esse detalhamento prefeitura a prefeitura. As operações que não são permitidas, continuarão fechadas", disse, em entrevista à CNN.

Na casa do bilhão 
Em Rio Preto, o segmento dos shoppings centers totaliza 750 lojas, gera 30 mil empregos diretos e indiretos e tem faturamento em torno de 1 bilhão de reais por ano. A expectativa, agora, é com relação às Praças de Alimentação. Acredita-se os lojistas da área de alimentação serão os que mais sofrerão para se recuperar. 

Pela...
Jefferson Galvão, ex-goleiro do Botafogo e da Seleção Brasileira, entrou na Justiça contra a Prefeitura de Rio Preto para conseguir reabrir uma galeria no Jardim Redentor. No local, funcionam três estabelecimentos (escritório, doceria e uma loja de cosméticos). Na ação, Jefferson  - e duas proprietárias com estabelecimentos no local - pediam reabertura com medidas de restrição para funcionamento dos espaços, como distância entre pessoas.

...reabertura
Em caráter liminar, no entanto, o juiz da 1ª Vara da Fazenda, Adilson Araki Ribeiro, negou o pedido. O magistrado argumentou que, mesmo com a reabertura do local, as pessoas, por força do decreto municipal, não poderiam frequentar o espaço por causa da pandemia da Covid-19. 

Volta a tramitar 1
A Assembleia Legislativa de São Paulo, que conta com quatro representantes da região, retoma a partir do dia 1º de junho a pauta normal de atividades, com deliberação e votação de projetos de leis e prazos legislativos, por exemplo. As sessões, no entanto, seguirão por meio de videoconferência, ou seja, à distância. Desde o dia 23 de março, apenas assuntos referentes à Covid-19 estavam tramitando pela Casa. 

Volta a tramitar 2 
A decisão de retomar a pauta, ainda que virtual, foi tomada pelo colégio de líderes, que se reuniu, à distância, na terça-feira, dia 26. Líder da bancada do MDB, o deputado Itamar Borges foi um dos defensores da medida. "Mesmo a distância, seguimos trabalhando e a nossa expectativa é de que possamos retomar em breve à normalidade”, afirmou ele em suas redes sociais. 

Reagiu 1
O médico sanitarista e professor da Famerp Cacau Lopes não deixou barato a inclusão de sua foto num material assinado pelo MBL, que circula no universo digital, com os dizeres "não tenha políticos de estimação”. O material, além de Cacau, inclui fotos do prefeito Edinho Araújo (MDB), de Valdomiro Lopes (PSB), João Paulo Rillo (PSOL), Paulo Pauléra (PP), Vaz de Lima (PSDB), Aloysio Nunes (PSDB) e Carlos de Arnaldo (PDT). 

Reagiu 2
"Os bolsobostas e o Movimento dos Brasileiros Ladrões (MBL) continuam com suas práticas sujas”, escreveu Cacau em seu perfil no Facebook. E completou: "Os bostas, como são chamados pelo seu mito, são, além de idiotas, mal informados. Não sou filiado em nenhum partido e nem candidato a nada”, completou. 

Sem partido 
De fato, Cacau, que já foi vereador e ex-secretário da Saúde de Rio Preto na primeira gestão de Edinho Araújo, hoje não tem filiação partidária e resistiu aos insistentes apelos dos petistas para voltar à legenda na qual ele militou por anos para disputar a prefeitura neste ano. 

"Mas é político”
Warlen Miiller, coordenador do MBL em Rio Preto e pré-candidato a vereador pelo DEM do vice-governador Rodrigo Garcia, disse que a ideia era colocar pessoas de todos os partidos com representação política na cidade. "Por mais que ele não tenha filiação partidária,  ainda é um representante político da cidade. Não precisa ser filiado pra ser político. O que me pasma é ver o baixíssimo nível do comentário feito por ele e pelos termos pejorativos utilizados na publicação dele”, afirmou. 

Vai ter trabalho 
O vereador e presidente da Câmara, Paulo Pauléra, sempre comandou com mãos de ferro o PP em Rio Preto. Mas, ao dar abrigo a nomes barulhentos do bolsonarismo local que ficaram sem partido com a não-consolidação do Aliança Pelo Brasil, ele vai ter de usar toda a tarimba adquirida em anos como cacique da política paroquiana para colocar ordem na casa.

Lançou "prefeito” 
A ala de "adotados”, por exemplo, é opositora sistemática a Edinho Araújo (MDB) nos grupos de Whatsapp e até já "lançou”, por conta e risco, o policial militar aposentado Paulo Rocha como pré-candidato a prefeito. Isso porque Pauléra está fechadíssimo com a campanha pela reeleição do prefeito emedebista. 

Ele, não
O fato é que Paulo Castro e Josimar Peres (este último já foi muito próximo ao vereador Fábio Marcondes, do PL) deixam claro em seus "redutos digitais” que o PP é só um partido albergue e que não sobem, de forma alguma, no palanque de Edinho. Querem um bolsonarista raiz para a prefeitura. 

Custo e benefício
"Agora não é hora de falar de eleição. Seja candidato a prefeito ou a vereador, se insistir em falar de eleição neste momento, vai se queimar”, diz Pauléra ao ser questionado sobre os rebeldes sob seu teto. A turbulência, na verdade, já era esperada. Mas Pauléra sabe que domar as feras dentro do possível é o preço que terá de pagar para conseguir formar uma chapa competitiva para a Câmara. Os bolsonaristas raiz trazem algumas dores de cabeça, mas prometem votos. 







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