Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência.



Onze desligamentos foram formalizados pela empresa na cidade nesta semana
Foto por: Divulgação
Onze desligamentos foram formalizados pela empresa na cidade nesta semana

Queda na circulação de ônibus intermunicipal provoca onda de demissões

Por: Maria Elena Covre, Fabrício Carareto, Lucas Israel e Heitor Mazzoco
07/04/2020 às 20:29
Bastidores

Reação de motoristas demitidos pela viação Itamarati viraliza em redes sociais


Reflexo
Um vídeo que mostra a reação de motoristas da viação Expresso Itamarati diante da demissão, em Rio Preto, se alastrou por grupos de Whatsapp e causou comoção. Segundo o Sindicato dos Motoristas de Rio Preto, foram 11 desligamentos formalizados pela empresa na cidade nesta semana, reflexos da crise pela qual passa o setor em função da pandemia do coronavírus. (Veja o vídeo no final da Coluna)

Incerteza
Segundo o presidente do sindicato, Daniel Rodrigues, a quantidade de demissões totais na empresa é incerta, porque há motoristas contratados em outros municípios e os desligamentos nestes casos não passam por Rio Preto.

Acordo
Aqui, por sinal, a entidade sindical firmou acordo com a Itamarati, válido a partir desta quarta-feira (8), para que novas demissões não sejam feitas, a menos que o empregado peça para sair. Mesmo assim, a empresa irá arcar com os custos totais, como se o funcionário tivesse sido demitido.

Vai longe
Segundo Daniel, a crise nos transportes ainda promete desdobramentos negativos. A Cometa demitiu 250 funcionários em todo o País e são aguardados novos enxugamentos. "Infelizmente a crise é assim. O mercado esquentou para alguns e congelou para outros”, disse.

Sem freio
Os números no Terminal Rodoviário de Rio Preto traduzem o cenário sombrio para o setor. Segundo a Emurb, as viagens intermunicipais despencaram 95%. Quem precisa ir à Capital paulista, por exemplo, tem apenas duas opções ao dia. Antes, eram mais de dez veículos saindo diariamente. Outras cidades deixaram de ser cobertas por transporte coletivo.

Realidade
A percepção da crise deve aumentar ainda mais no feriado de Páscoa. Ano passado, houve aumento de 30% no movimento de passageiros e veículos no terminal. As perspectivas neste ano são de queda acentuada. A circular Itamarati foi procurada pela reportagem do DLNews, mas não deu retorno. 

Saída salomônica
Pressionado por entidades empresariais, movimentos políticos como o MCB de Olavo Tarraf e lideranças religiosas, em especial as evangélicas, o prefeito Edinho Araújo (MDB) se lançou na tentativa de uma saída salomônica para o impasse em que se encontra, tendo de um lado as recomendações de médicos e pesquisadores para conter o coronavírus e, de outro, as demandas da economia.

Missas e cultos
Sob pretexto de se tratar de "esclarecimento”, o governo municipal publica no Diário Oficial desta quarta (8) deliberação assinada pelo comitê de gestão de crise do coronavírus que diz não haver restrição à realização de atividades religiosas em templos, como missas e cultos.

Juntos, mas separados
O documento prevê uma série de regras de distanciamento mínimo entre os fiéis, mas quase impossíveis de serem fiscalizadas. A assessoria da Prefeitura diz que a medida ocorre porque o presidente Jair Bolsonaro incluiu, por meio de Medida Provisória, as igrejas como serviços essenciais. A deliberação, baseada no decreto 
nº 18.571, também garante o funcionamento de feiras livres, lojas de aluguel de veículos e materiais de construção. Até o conceito de aglomeração foi modificado. Agora as pessoas podem se juntar no mesmo espaço, desde que mantidas distância pré-estabelecidas.

Dois lados
Durante reunião na segunda-feira (6) com representantes dos dois lados da moeda, o prefeito já tinha dado sinal desta flexibilização. O pessoal da medicina segue defendendo que o ideal seria levar a quarentena com um pouco mais de rigor até o final do mês de abril para a cidade se prevenir diante de um cenário dramático em relação à Covid-19. O pessoal da economia queria a reabertura imediata do comércio a partir desta terça (7) com medo do fantasma da quebradeira, mesmo depois de o governador João Doria estender restrições a serviços não-essenciais até o dia 22 de abril.

Meio termo
No melhor estilo "meio termo”, Edinho publicou os "esclarecimentos”. E também demonstra que não pretende seguir com medidas antipáticas ao extremo até o final do mês. Há quem acredite que ele libere geral logo depois do feriado da Páscoa, caso os números não apresentem nada mais assustador. 

Ponta de faca
Com isso, o prefeito permite às entidades e movimentos ganharem alguns pontos entre seus associados, mas sem ignorar totalmente a ala defensora da prudência médica. O fato é que o pessoal da saúde já se revela cansado de dar murro em ponta de faca. "O tempo sempre faz a verdade aparecer”, diz um profissional da área um tanto frustrado, e preocupado, com as novas diretrizes. 

Saída Bolçone 1
O pessoal que se diverte diante do tabuleiro político pré-campanha eleitoral joga alto na bolsa de apostas de que a ida do ex-deputado Orlando Bolçone para o DEM é um recado claro de que ele pode se tornar o vice na chapa de Edinho Araújo (MDB) se a aliança for o desejo do vice-governador Rodrigo Garcia, cacique-mor da legenda.

Saída Bolçone 2
E Eleuses Paiva? Tudo dependerá, na opinião dos defensores da tese acima, do desenrolar da crise do coronavírus. Se Rio Preto sair desta enrascada sem sequelas irreparáveis, em todos os sentidos, o atual vice-prefeito se garante, afinal a Saúde é a parte que lhe cabe no latifúndio do atual governo. Caso o pior ocorra em uma das duas frentes ou em ambas (saúde e economia), Eleuses ficaria com a conta e pouparia o emedebista. Complexo esse jogo, não?

Revival?
Por falar em junções inusitadas, também não seria totalmente descabido, acreditem, um revival em Rio Preto entre os tucanos e o PSB de Valdomiro Lopes. Parceria que já rendeu bons frutos nas urnas em 2008 e 2012.

Campinas inspira
Um acordo em Campinas entre as duas legendas faz o povo alimentar tais expectativas por aqui também. Lá, o PSDB filiou e lançou como pré-candidato a prefeito o megaempresário Carlos Wizard Martins, do Grupo Sforza. Mas Marco Vinholi, o presidente estadual da legenda, já adiantou que haverá uma aliança com o PSB do prefeito Jonas Donizette, já concluindo o segundo mandato. Quem sai como cabeça de chapa é outra história, mas o casório está anunciado.

Lá e cá
Daí que tem gente acreditando que uma aliança do gênero pode, perfeitamente, acontecer em Rio Preto. Afinal, político esquece rapidinho os arranca-rabos de disputas anteriores, com os de 2018, que antagonizaram o PSB de Márcio França e o PSDB de João Doria. Assim sendo, Renato Pupo (PSDB) poderia, sim, dividir palanque com o pessoal de Valdomiro Lopes. 

Mostrando serviço
Ainda sobre os tucanos, Marco Vinholi e sua trupe não estão de brincadeira. Em postagem no PSDB no último dia 5, ele colocou em números o avanço da legenda no Estado e as pretensões da legenda nas eleições deste ano, se o coronavírus não mudar o calendário.

Fome de poder
O partido de João Doria passou de 400 diretórios municipais ativos para 645 atualmente, ou seja, está plantado em absolutamente todas as cidades paulistas. Os tucanos, que elegeram 161 prefeitos em 2016, conseguiram "atrair” outros 60 chefes de Executivo, saltando para 221 no total, um aumento de 40%. E no momento está com 500 pré-candidatos a cargo majoritário, todos sob coordenação geral do ex-deputado estadual Vaz de Lima. Isso, sim, é fome de poder, não?
 
PV de cara nova...

Todo resquício do grupo do empresário Maurício Bellodi que ainda detinha poder no comando do PV de Rio Preto desapareceu. A antiga comissão provisória, presidida por Aldina Damico, foi derrubada e, em seu lugar, assumiu um novo grupo político, este presidido por Lawrence Garcia.

… e com o PDT
A nova diretoria se mostra alinhadíssima com o PDT, que tem Carlos de Arnaldo como pré-candidato a prefeito. O partido, que estava alinhado ao prefeito Edinho Araújo (MDB),  deve partir para a oposição.

Trinca
Com isso, Carlos de Arnaldo consegue costurar em torno de seu nome um bloco com PDT, PV e a Rede de Marina Silva, que também foi reestruturada e ocupada por gente ligada aos pedetistas recentemente.

Quem deve...

A Prefeitura de Rio Preto perdeu recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que tentava reverter decisão que a obriga a pagar R$ 26,3 mil para a empresa Nutricionale Comércio de Alimentos Ltda. Segundo a ação, o Executivo deixou de pagar valores referentes à compra de cestas básicas distribuídas aos bolsistas do programa "Bolsa Qualificação”, da Secretaria de Trabalho, em 2012, sob gestão do então prefeito Valdomiro Lopes (PSB). O valor, sem juros, era de R$ 17,5 mil.
 
...que pague
No recurso, a prefeitura não negou a dívida, mas pediu revisão dos juros, que elevou a dívida para os atuais R$ 26,3 mil. O TJ-SP, no entanto, não acatou o recurso e manteve decisão de primeira instância que atualiza o valor pelo IPCA-E.
 
Golpe?
O vereador Anderson Branco (PL) pediu "intervenção militar" ao comentar uma reportagem do DLNews nesta segunda-feira (6). Em contato com o parlamentar na manhã desta terça-feira (7), Branco afirmou que o motivo do pedido é o fato de tentarem derrubar o presidente da República, Jair Bolsonaro, por meio de um processo de impeachment. A reportagem comentada por Branco falava sobre o pedido de demissão do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, feito por Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro, segundo relatou o deputado federal Fausto Pinato (PP).

Estados
Anderson Branco afirmou que quatro governadores (João Doria, de São Paulo, Ronaldo Caiado, de Goiás, Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Wilson Witzel, do Rio de Janeiro) estão alinhados com a "China comunista". O vereador diz acreditar que o coronavírus "não é tudo isso aí não" e que não há necessidade do fechamento do comércio nas cidades paulistas, conforme decreto de Doria, válido até dia 22 de abril, e seguido pelo prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo (MDB).

Sem autocracia
Para Branco, a intervenção militar deve ocorrer nos Estados, o que tiraria os governadores de seus postos, mas, segundo ele, sem atos ditatoriais. "Sou contra Ditadura, o que nunca ocorreu no Brasil", disse o vereador ao negar o período mais nebuloso da história recente do país.

Futuro
O vereador  Gerson Furquim (Podemos) apresentou projeto nesta terça-feira (7) determinando que os vereadores de Rio Preto - a partir da próxima legislatura em 2021 - recebam salário mínimo de R$ 1.045. Ele se baseia na crise econômica e no apelo popular. "Com base na crise econômica que assola nosso país, aliado com o enxugamento da máquina pública, exigido pela população", cita em trecho da justificativa. O salarial atual de um vereador gira em torno de R$ 6 mil. O teto salarial do prefeito fica definido, pelo projeto de Furquim, em R$ 9.405 e do vice-prefeito em R$ 2.994. A proposta, agora, precisa ser analisada pelos outros parlamentares.

Coronavírus
Furquim também é autor de proposta que reduz em 50% os atuais vencimentos dos parlamentes, do prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo (MDB),  por causa da pandemia do novo coronavírus. "Se o setor privado sofre, se o trabalhador sofre, nada mais justo que os agentes políticos deem também sua contribuição, já que a queda na arrecadação será inevitável e os serviços essenciais precisam ser mantidos", diz. A verba deve ser encaminhada à Secretaria de Saúde.









Anunciar no Portal DLNews

Seu contato é muito importante para nós! Assim que recebemos seus dados cadastrais entraremos em contato o mais rápido possível!