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Após adiar Olimpíada, COI precisa redefinir quase tudo para os Jogos

Por: FOLHAPRESS - JOÃO GABRIEL
24/03/2020 às 17:00
Esportes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Até agora há poucas certezas sobre os desdobramentos do adiamento da Olimpíada de Tóquio, anunciado nesta terça-feira (24) pelo Co...


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Até agora há poucas certezas sobre os desdobramentos do adiamento da Olimpíada de Tóquio, anunciado nesta terça-feira (24) pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), após pressão de atletas e federações, que não viam possibilidade de o evento acontecer em meio à pandemia de coronavírus.
Quando acontecerão os Jogos em 2021? Haverá mudanças nos sistemas de classificação? Como ficará a logística para os 11 mil atletas esperados, de 206 países diferentes? As estruturas temporárias permanecerão na capital japonesa até o ano que vem?
Tudo isso deverá começar a ser respondido nos próximos dias, começando provavelmente pela entrevista do presidente Thomas Bach marcada para esta quarta (25), mas se estendendo por semanas e meses. Sobre a data, sabe-se que o evento está marcado para ocorrer até o verão (do hemisfério norte) de 2021.
Na segunda, quando o canadense Dick Pound, membro do comitê, adiantou que a decisão pelo adiamento já estava tomada, explicou que as negociações de direitos de transmissão, contratos de patrocínio e calendário eram os principais entraves.
No site dos Jogos de Tóquio-2020, estão listados mais de 70 patrocinadores do evento, que somam ao menos US$ 8 bilhões em contratos, sendo que 14 deles também são os parceiros oficiais do COI: Coca-Cola, Airbnb, Alibaba, Atos, Bridgestone, Dow, General Electric, Intel, Omega, Panasonic, Procter & Gamble, Samsung, Toyota e Visa.
O comitê indica que, do faturamento que obteve no último ciclo olímpico (2013 a 2016), aproximadamente 73% (US$ 4,2 bilhões) envolve contratos de direitos de transmissão e 18% (US$ 1 bilhão) são provenientes de seu programa de patrocínios.
Em 2014, a emissora dos Estados Unidos NBC fechou um contrato no valor de US$ 7,75 bilhões (hoje R$ 39,3 bi) para exibir as seis Olimpíadas de verão e de inverno de 2022 e 2032. Três anos antes, a rede havia desembolsado US$ 4,38 bilhões (R$ 22 bilhões na atual cotação) para os quatro Jogos realizados de 2014 a 2020 (agora 2021).
A televisão "é provavelmente a variável de maior peso no mundo comercial atual", já disse Terrence Burns, consultor que ajudou cinco cidades a conquistar a posição de sedes olímpicas, quando questionado sobre as melhores datas para os Jogos.
O evento acontece de julho a setembro não por acaso: é quando há um algum hiato nos principais esportes dos EUA e, portanto, as estrelas da NBA ficam livres para competir por seu país, por exemplo.
"É simplesmente a questão de não termos evento esportivos conflitantes", disse Thomas Bach, presidente do COI, em entrevista ao The New York Times.
Seja qual for a nova data, a logística para reagendar viagens e reorganizar a classificação dos atletas não deve ser simples.
Pouco antes do anúncio, quando ainda seguia a linha de que Tóquio-2020 não seria afetada pela pandemia, o COI afirmou que 57% dos atletas já estavam garantidos nos Jogos.
Agora, a entidade deve enfrentar outro dilema: todos os que já haviam garantido vaga a manterão para o ano que vem ou países e federações poderão mudar seus critérios no meio do caminho?
Há questões pontuais de algumas modalidades, por exemplo o futebol masculino. Para a Olimpíada são permitidos apenas jogadores de até 23 anos (com três exceções por país). Como fazer, então, com os que terão 24 na próxima temporada? A Fifa disse que estudará essa e outras medidas que possam afetar o torneio olímpico.
Grandes competições internacionais, como os Mundiais de esportes aquáticos e de atletismo de 2021, estão marcados para o meio do ano, no Japão e nos EUA, respectivamente, e devem mudar de data.
O COI é composto por 33 federações internacionais, cada uma com seu calendário de competições e logística própria.
Ainda não há uma política oficial de cancelamento de ingressos ou remarcações. A reportagem procurou a Match, revendedora para o Brasil, e aguarda um posicionamento. Empresas que comercializam pacotes de viagem, como a Century Travel e a Quickly Travel, também não se manifestaram sobre o tema até a publicação deste texto.

Publicado em Tue, 24 Mar 2020 16:41:00 -0300







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