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Cacau Lopes, ex-secretário de Saúde de Rio Preto
Foto por: Divulgação/ Câmara Municipal
Cacau Lopes, ex-secretário de Saúde de Rio Preto

Cacau Lopes propõe transformar Nossa Senhora da Paz em central de atendimento contra coronavírus

Por: Maria Elena Covre, Fabrício Carareto e Lucas Israel
18/03/2020 às 20:55
Bastidores

Para ele, a medida não acarretaria grandes custos e atenderia demanda no caso de um recrudescimento da crise


Lançou a ideia
Médico sanitarista, professor da Famerp com doutorado em saúde coletiva e ex-secretário de Saúde na primeira gestão do prefeito Edinho Araújo (MDB), Cacau Lopes lançou proposta provocativa como medida de urgência para adequar a rede hospitalar da cidade no caso de um agravamento na crise do coronavírus.

Central de atendimento
"O grande pico da doença será abril, maio e junho. Corre-se o risco de a rede hospitalar não dar conta. A Secretaria Municipal de Saúde e a Prefeitura de Rio Preto, junto ao governo do Estado, em função da defesa da saúde pública, deveriam requisitar o Hospital Nossa Senhora da Paz e prepará-lo para ser uma Central de atendimento”, diz o médico.

Centralização
Segundo Cacau Lopes, fazer isto não exigiria muito recurso, além de centralizar os atendimentos em um lugar, evitando contato de gente contaminada com pacientes de outras patologias. "Neste momento, a questão financeira tem de estar voltada para a saúde”, diz ele.

Custa bem menos
Ainda segundo Cacau, custa bem menos do que estão gastando com um hospital novo. "Trata-se de adequar os quartos para receber paciente. Não são necessários equipamentos de alto custo. Uma boa limpeza no prédio, colocar leitos e material de apoio para monitoramento respiratório. Qual o custo para se salvar vidas?”, questiona. 

Ignorou
A coluna entrou em contato com a assessoria de imprensa do prefeito Edinho Araújo (MDB) e foi informada de que ele não falaria sobre este assunto. Vale lembrar que o prédio do Hospital Nossa Senhora da Paz, localizado em área nobre na avenida Anísio Haddad, já foi colocado à venda pela Justiça do Trabalho em favor de mais de 200 funcionários que aguardam há quase duas décadas por direitos trabalhistas. Recentemente, a Justiça da Vara da Fazenda autorizou nova tentativa de venda do imóvel a pedido da Prefeitura de Rio Preto devido a dívida de meio milhão de reais com IPTU atrasado. Mas está difícil achar comprador.

Coronavoucher 1
Pelo menos 20 mil famílias em Rio Preto estão enquadradas nos critérios estabelecidos pelo governo federal para a concessão de vouchers no valor médio de R$ 200 à parcela da população que não tem trabalho formal ou não recebe recursos de programas sociais, como o Bolsa Família ou BPC (benefício de prestação continuada. 

Coronavoucher 2
A medida foi apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na tarde desta quarta-feira (18) em coletiva na qual ele apareceu com um time de ministros, todos de máscaras. E faz parte do plano de combate do governo federal aos efeitos econômicos da crise do novo coronavírus. 

Coronavoucher 3
Na dificuldade de se identificar os cidadãos em trabalho informal, a decisão foi usar como base o CadÚnico (Cadastro Único para Programas Socais do Governo Federal). Segundo dados referentes a dezembro de 2019, Rio Preto tem 31 mil famílias inscritas no CadÚnico , totalizando 75.487 pessoas. Dessas, 10,5 mil são beneficiadas pelo Bolsa Família, ou seja, estariam fora. 

Coronavoucher 4
O valor do voucher também foi estabelecido a partir da média paga pelo Bolsa Família. Quase 90% dos listados no Cadastro Único têm renda de até meio salário mínimo (R$ 522,50) por integrante da família.

Kit merenda 1
Com a suspensão oficial das aulas na rede municipal de ensino a partir de segunda-feira, dia 23, a Prefeitura de Rio Preto vai criar um plano emergencial na tentativa de não impactar na alimentação de crianças carentes que, em casa, ficam sem a merenda. 

Kit merenda 2
A Secretaria Municipal da Agricultura e Abastecimento, responsável pela administração da merenda na rede de ensino, irá montar e distribuir kits de alimentação escolar para os alunos que necessitam dos recursos no período que estiverem em isolamento.

Paradeira

A paradeira geral do comércio em função da pandemia do coronavírus fez com que um grupo de lojistas do Riopreto Shopping procurasse a direção do centro de compras para tentar fechar as portas durante o período de contenção da doença. A resposta foi não, acompanhada de um lembrete de que as multas previstas em contrato seriam cobradas caso algum dos comerciantes deixasse de operar. 

Faca no pescoço?
O argumento do grupo de lojistas foi que eles poderiam dar férias coletivas aos funcionários, além de adotar outras medidas para reduzir as perdas do período. No entanto, a medida – que seria opcional - foi rechaçada pela direção do shopping, que se viu diante do risco de abrir mão dos alugueis caso um fechamento ininterrupto fosse determinado. 

Paliativo
A única alteração, mesmo, foi no horário de funcionamento, que a partir do próximo sábado (21) passa a ser entre 12h e 20h, medida idêntica à tomada pelos shoppings Cidade Norte, Iguatemi e Plaza Avenida na última terça-feira (17). 

Não abre mão
A mesma postura, aliás, é admitida pelos demais shoppings de Rio Preto. A coluna entrou em contato com as assessorias de comunicação do Cidade Norte, Iguatemi, Plaza e Riopreto Shopping. O único que não respondeu foi o Iguatemi. Os demais confirmaram que os lojistas não têm a prerrogativa de fechar as lojas. 

Abuso 1
Diante da corrida por máscaras e álcool gel, alguns comerciantes de Rio Preto estão abusando da lei de oferta e procura, aumentando os preços de maneira abusiva. Um frasco de 500 ml de álcool gel, por exemplo, chegar a custar até o dobro em relação aos valores que vinham sendo praticados antes da crise do coronavírus. Segundo levantamento feito por esta coluna, os valores variam entre R$ 8 e R$ 25. 

Abuso 2
Já as máscaras para rosto têm uma variação de preço menor, mas não menos significativa. O local que informava o menor valor, de R$ 11 por um pacote com 50 unidades (modelo usado por Bolsonaro e seus ministros na coletiva desta quarta-feira), não tinha mais o produto na prateleira. Numa farmácia próxima, a reportagem até conseguiu encontrar o material, mas, para comprar, teria de desembolsar R$ 18 pela mesma quantidade.

Mãos atadas

Consumidores irritados questionam o Procon de Rio Preto, que afirma não ter estrutura adequada para agir. "Eu não tenho quem faça a fiscalização. O que o consumidor pode fazer é vir aqui e abrir uma reclamação”, afirma o diretor do serviço, Arnaldo Vieira.

Reclame ali
A orientação, inclusive, é para que os consumidores passem as queixas ao Procon do Estado, que pode ser marcado em publicações nas redes sociais. "O consumidor que estiver em um estabelecimento e ver uma situação abusiva, pode marcar o Procon do Estado, que tem uma estrutura maior e pode fazer uma fiscalização”, diz Vieira. 

Falta fiscal
O problema é que a fiscalização do órgão estadual não é tão numerosa assim. São apenas seis fiscais para dar conta de 96 cidades na área de abrangência de Rio Preto e região.

Jogo de empurra
Outro ponto que falta fiscalização seria na relação entre os fornecedores e os revendedores, já que muitos, quando abordados pela fiscalização ou questionados sobre a alta do preço, dizem que só repassam a alta do preço de compra da mercadoria. "Deveria ter uma atenção da secretaria de Estado da Fazenda neste sentido para tentar coibir o aumento por parte dos fabricantes”, conclui Arnaldo.

Congelou
Os efeitos da crise já atingem o setor de alimentos. A Minerva Foods, por exemplo, deu férias coletivas aos funcionários de quatro plantas, incluindo a de José Bonifácio. As outras ficam em Janaúba (MG), Mirassol d’Oeste e Paranatinga (MT). Os funcionários dos escritórios corporativos em São Paulo e Barretos passaram a trabalhar de casa.

Congelou 2
Segundo nota emitida pelo grupo, "a decisão também está alinhada à piora dos cenários doméstico e global, que inclui queda da demanda no segmento de food service e limitações logísticas em diversas partes do mundo”.

Cancelou
Com cinco vereadores no chamado grupo de maior risco, o  presidente da Câmara de Rio Preto, Paulo Pauléra (PP), resolveu suspender a sessão legislativa da próxima terça-feira (24) por conta do alastramento do coronavírus. 

Grupo de risco
Na manhã desta quarta-feira (18), foi divulgado um comunicado oficial dizendo que a medida visa a preservação da saúde de servidores, assessores e parlamentares. Estão no grupo de risco, além do próprio Pauléra, José Carlos Marinho (PSB), Jean Charles (MDB), Marco Rillo (PT) e Gerson Furquim (PP).

Pode mudar
O comunicado informa ainda que, por enquanto, apenas a sessão do dia 24 está suspensa e as demais estão mantidas, mas "a situação pode ser alterada a qualquer tempo, dependendo do agravamento deste grave momento pelo qual atravessa nossa cidade e País".

Em tempos de coronavírus
A empresária Amelinha Freitas (foto) é uma das muitas leitoras e leitores da coluna que entraram no clima e entenderam que é preciso limitar as interações sociais neste momento para o bem de todos. E a sugestão dela para a temporada maior dentro de casa é o livro "Escravidão”, do jornalista e professor Laurentino Gomes. "Quer ler deixará de ser racista imediatamente", diz ela. #ficaadica



Amelinha Freitas, empresária, com o livro Escravidão, de Laurentino Gomes
Foto por: Arquivo Pessoal
Amelinha Freitas, empresária, com o livro Escravidão, de Laurentino Gomes






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