Por Leonardo – DLNEWS
No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, a mãe Luciana compartilha sua experiência e os desafios enfrentados ao criar seu filho, diagnosticado com autismo ainda na infância. Ela destaca a importância da informação, do apoio profissional e da empatia da sociedade para garantir a inclusão real das crianças autistas.
Os primeiros sinais e o diagnóstico
Luciana percebeu que havia algo diferente no comportamento do filho desde muito cedo. "O primeiro sinal foi o sono extremamente agitado, ele tinha muita dificuldade para dormir. Com o tempo, notei que, aos três anos, ainda não desenvolvia um diálogo. Ele repetia palavras que ouvia, mas não conseguia construir uma conversa. Além disso, apresentava movimentos repetitivos", conta.
Na época, o acesso à informação não era tão fácil como é hoje, e ela se viu sem muitas referências sobre o que fazer. "O pediatra dele foi essencial no processo de diagnóstico. Foi ele quem nos orientou a procurar um neurologista. Também recebi suporte de outras mães em grupos de WhatsApp e de profissionais que me ajudaram muito ao longo desse caminho", relembra.
Desafios diários e a falta de compreensão da sociedade
A jornada da mãe de uma criança autista é repleta de desafios, e a escola foi um dos primeiros grandes obstáculos que Luciana enfrentou. "São poucos os profissionais realmente preparados para lidar com crianças autistas. Além disso, a falta de compreensão das pessoas sempre foi algo difícil. No início, eu ficava muito mal com os olhares e julgamentos, porque muitos achavam que era falta de educação quando, na verdade, fazia parte do transtorno", desabafa.
Ela explica que seu filho tem dificuldade para esperar e pode se desorganizar facilmente, o que gera estranhamento em quem não entende o autismo. "Muita gente julga sem saber o que está por trás daquele comportamento. A inclusão precisa sair do papel e virar realidade", enfatiza.
Pequenas grandes conquistas
Apesar dos desafios, Luciana se orgulha de cada conquista do filho. "Nenhuma criança autista é igual à outra. No caso do meu filho, ele não conseguiu ser alfabetizado 100%, mas tem um conhecimento incrível. Ele reconhece todas as letras, os números, as cores e as formas geométricas. Além disso, tem uma memória extraordinária e é muito detalhista", afirma.
Ela também ressalta o lado amoroso do filho. "Hoje, como adolescente, ele é extremamente carinhoso. Ele sempre responde a um abraço. O autismo exige paciência e dedicação diária, porque cada criança tem seu próprio tempo e suas próprias limitações. Mas, com amor e estímulo, cada pequena conquista se torna uma grande vitória".
A necessidade de empatia
Luciana reforça que o autismo não é uma condenação. "São crianças puras e amorosas, que, quando recebem os estímulos certos, conseguem se desenvolver. Sim, é um desafio diário, exige mais trabalho e dedicação, mas o amor que recebemos deles é incondicional. Eu sei que talvez nunca veja meu filho numa universidade, mas tenho a certeza de que ele me amará para sempre".
Ela faz um apelo à sociedade por mais empatia, principalmente com as mães de crianças autistas. "Muitas vezes, enfrentamos noites sem dormir porque eles são extremamente agitados, e ainda assim somos julgadas. Antes de criticar ou achar que é falta de educação, é importante tentar entender o que está por trás daquele comportamento. A inclusão começa com a compreensão".
No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, histórias como a de Luciana reforçam a necessidade de informação, respeito e acolhimento para garantir uma sociedade mais inclusiva para todos.