Mulheres e o desafio da equidade: avanços, barreiras e o papel da educação
Representatividade, tecnologia e literatura são caminhos para fortalecer a presença feminina na sociedade
Março é marcado pelo Dia Internacional das Mulheres, um momento para refletir sobre as conquistas femininas, os desafios que ainda persistem e o impacto das mulheres na construção de uma sociedade mais igualitária. Apesar dos avanços, os números mostram que a equidade ainda é um desafio, especialmente em posições de liderança e em áreas como tecnologia, política e ciência.
Segundo pesquisa do IBGE divulgada em 2024, a participação feminina no mercado de trabalho foi de 53,3%, contra 73,2% dos homens. Além disso, as mulheres dedicaram, em média, 21,3 horas semanais a afazeres domésticos, quase o dobro do tempo dos homens (11,7 horas). A desigualdade se reflete também no setor de tecnologia, onde elas representam apenas 0,07% dos profissionais, segundo a Serasa Experian.
A educação como chave para a transformação
Apesar dos desafios, as mulheres dominam o setor educacional: 81% dos docentes da educação básica são mulheres, e elas também ocupam 80,6% dos cargos de gestão escolar, segundo o Censo Escolar 2020. Para Maria Carolina Araújo, diretora de ensino da Rede Alante, a educação é um espaço de transformação social e empoderamento feminino.
"É essencial que as crianças e jovens cresçam reconhecendo a importância das mulheres em todos os espaços, para que possamos construir uma sociedade mais igualitária", afirma a diretora. No entanto, a desigualdade salarial e os estereótipos ainda são desafios a serem superados dentro do próprio ambiente escolar.
Tecnologia e representatividade: desafios e oportunidades
A baixa presença feminina na tecnologia é outro obstáculo a ser enfrentado. Thais Pianucci, CEO da Start by Alura, defende que o letramento digital desde a infância pode mudar esse cenário. "Quando meninas têm contato com tecnologia desde cedo, elas passam a enxergar esse campo como um espaço que também pertence a elas", explica.
Já na literatura infantil, a presença de personagens femininas inspiradoras pode contribuir para um futuro mais igualitário. Lindsay Viola, head de produtos da Leiturinha, destaca a importância de narrativas que retratem mulheres de forma complexa e autêntica, sem estereótipos. "Quando as meninas se reconhecem dentro das histórias, elas se veem como protagonistas de suas próprias vidas", reforça.
Construindo um futuro mais igualitário
Ouvir mulheres que já conquistaram espaço em diferentes áreas é essencial para traçar caminhos que levem à equidade. O fortalecimento da presença feminina na educação, na tecnologia e na cultura são passos fundamentais para uma sociedade mais justa. O futuro da igualdade de gênero começa hoje, com educação, representatividade e oportunidades reais para todas.