BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, homologou a delação premiada de Luiz Henrique Moli?...
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, homologou a delação premiada de Luiz Henrique Molição, 19, suspeito de integrar um grupo de hackers que invadiu, no aplicativo Telegram, contas de autoridades públicas, entre elas o ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da Lava Jato.
Um dos presos na Operação Spoofing, da Polícia Federal, Molição é apontado como cúmplice de Walter Delgatti Neto, o Vermelho --considerado o mentor do esquema-- nos ataques.
Molição teria armazenado parte das mensagens capturadas nas contas do aplicativo e feito contatos com o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.
Com base em material obtido do grupo, o Intercept iniciou em junho série de reportagens sobre diálogos de Moro e integrantes da Lava Jato que lançaram dúvidas sobre a imparcialidade do ex-juiz e dos procuradores.
A Folha de S.Paulo e outros veículos de imprensa também publicaram notícias a respeito, em parceria com o site.
Em depoimento prestado à PF em setembro, Molição disse que Delgatti tentou vender as mensagens que obteve a Greenwald, que se recusou a pagar por elas.
As informações que ele apresentou na delação são mantidas em sigilo enquanto o caso estiver sob investigação.
O juiz da 10ª Vara fixou um prazo de 15 dias, contados da última quinta-feira (28), para que a Polícia Federal conclua o inquérito sobre o caso e o remeta ao Ministério Público Federal, que decidirá se denuncia ou não os envolvidos.
Com a colaboração, homologada na noite de segunda (2), Molição deve deixar a prisão.
Segundo reportagem da revista Veja, em sua delação ele se comprometeu a identificar mais três pessoas que teriam participado dos ataques virtuais.
Publicado em Tue, 03 Dec 2019 21:53:00 -0300