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mãe, vegana, educadora ambiental, artesã, psicóloga com especialização em gestão de políticas pública, membra do coletivo feminista Mulheres na Política - DLNews, NUPE e Mulheres na Política no mês de Julho das Mulheres Negras Latino Americanas e Caribenhas
Foto por: Eliara Coelho Magalhães
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Luiza Bairros: pela democracia e equidade

Por: Eliara Coelho Magalhães
27/07/2022 às 16:51
Artigos

Algumas vidas constroem evoluções. Foi o caso da saudosa vida de Luiza Bairros que, sendo ministra da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial no governo Dilma, efetivou ações necessárias para a equidade neste nosso país. Principalmente quando conseguiu o decreto da Lei n° 12.711/2012, que garantiu o acesso ao ensino superior aos estudantes negros, pardos e indígenas por meio das cotas


Filha de mãe cuidadora do lar e de pai militar, Luiza Bairros ensinou como desbravar muitas fronteiras em universidades, se tornando administradora, com especialização em planejamento regional, mestre em ciências sociais e doutora em sociologia.

Segundo pesquisa, de Tatiana Dias Silva, publicada no IPEA em 2020: "entre 2012 e 2014, as vagas reservadas para negros e indígenas em universidades federais passaram de 13.392 para 43.613 – um aumento de 225%.” Porém, o que temos são  vagas disponíveis não preenchidas e evasões de cursos por falta de outros recursos. Por isso, os programas de incentivos devem ser continuados e fortalecidos até que as desigualdades sejam sanadas e consigamos a equidade de acesso entre todas as etnias, descendências e para os que têm dificuldade de mobilidade.

Ainda há desigualdades de oportunidades e desrespeitos, sim! Principalmente sendo mulher negra, como ela. O problema é atual, mas com leis e diretrizes de pessoas que não perdem fôlego de luta, como Luiza, isso tem diminuído paulatinamente.

Luiza foi uma mulher com muito empenho, de estudar e resistir, de motivar outras vidas a desbravar oportunidades. Em 1979, foi para Salvador-BA, fazer parte do Movimento Negro Unificado e o fortaleceu para que este projeto se tornasse nacional.

Pesquisas científicas, de muitas projeções, passaram por orientações e apoios desta corajosa mulher negra, Luiza Bairros, a qual devemos divulgar, afim de encorajar outras meninas e mulheres, que ainda estão atravancadas pelas poucas oportunidades deste país, a avançarmos em equidade racial e sexual. 

Em seu artigo, de 1995, "Nossos feminismos revisitados” ela retratou questões que infelizmente vimos em notícias recorrentes. Ela nos detalhou: "O que se espera das domésticas é que cuidem do bem-estar dos outros, que até desenvolvam laços afetivos com os que dela precisam sem, no entanto, deixarem de ser trabalhadoras economicamente exploradas e, como tal, estranhas ao ambiente do qual participam”.

Luiza faleceu precoce, em 2016, aos 63 anos, em decorrência de câncer. Como tantos outros afrodescendentes ela foi responsável por muitos desenvolvimentos econômicos, sociais e educacionais neste país, mas, não tem ainda a memoriável visibilidade merecida.

Como ministra, militou pela democracia brasileira. Conquistas por hora feridas, e em riscos, pelas ignorâncias advindas dos precários sistemas educacionais e culturais que ainda sofremos neste nosso Brasil.              


Luiza Bairros
Foto por: Luiza Barros
Luiza Bairros






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