Cerca de 354 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com o vírus; Oncologista tira as principais dúvidas sobre a relação entre a neoplasia e a doença
Nesta quinta-feira (28), é
comemorado o Dia Mundial de Combate à Hepatite e, além disso, o mês de julho,
que leva a cor amarela, traz a importância de um olhar cuidadoso para a doença,
principalmente os tipos B e C, que podem resultar em câncer de fígado. Segundo
dados do American Cancer Society, a incidência da neoplasia triplicou desde
1980, dobrando também as taxas de mortalidade pela doença.
Anualmente, cerca de 800 mil
pessoas são diagnosticadas com câncer de fígado no mundo. No Brasil, segundo o
Atlas de Mortalidade por Câncer de 2019, a neoplasia causou 10.902 óbitos,
sendo 6.317 em homens e 4.584 em mulheres.
Dentre os fatores de risco para o
desenvolvimento da doença, mundialmente as hepatites virais causadas pelos
vírus B ou C são a causa mais comum. Vale lembrar ainda que esse tipo de
infecção também pode levar à cirrose hepática, que ocorre quando o tecido
hepático normal é substituído pelo cicatricial não funcional, danificando o
órgão.
"A hepatite viral causada pelos vírus B e
C pode ser transmitida entre pessoas através de relações sexuais sem
preservativo, transfusões de sangue, compartilhamento de agulhas contaminadas
ou de objetos de higiene pessoal (como lâminas de barbear, depilar, alicates de
unha, entre outros) ou durante o parto. Como forma de prevenção, a vacina
contra hepatite B é oferecida gratuitamente pelo SUS. Além disso, apesar de não
existir uma vacina para a infecção pelo vírus C, os novos tratamentos, também
oferecidos de forma gratuita na rede pública, possuem chance de cura em cerca
de 90% dos casos", explica o Dr. Artur Rodrigues Ferreira, oncologista da
Oncoclínicas São Paulo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é estimado que
354 milhões de pessoas tenham hepatite B ou C².
Justamente por ser uma doença
silenciosa, nem sempre é fácil diagnosticar o câncer de fígado precocemente.
"Geralmente, não são solicitados exames de rastreamento para o carcinoma
hepatocelular na população em geral. Mas, eles podem e devem ser recomendados
em casos específicos, como nos pacientes com cirrose hepática, ou ainda
infecção crônica por hepatite B", diz o especialista.