Gestação gemelar é extremamente rara para a espécie; animais são órfãos e recebem cuidados em Rio Preto
O Zoológico Municipal, órgão da Secretaria de
Meio Ambiente e Urbanismo de Rio Preto, acolheu três filhotes fêmeas de
tamanduá-bandeira (nome científico Myrmecophaga tridactyla), recuperados em
situação de risco na natureza, dedicando-lhes agora os cuidados necessários. Os
filhotes são órfãos e teriam pouca chance de sobreviver sem a ajuda da mãe.
Dois dos espécimes são ainda gêmeos, algo extremamente raro para a espécie.
"Elas chegaram aqui com cerca de 20 dias de vida,
com cordão umbilical em fase de cicatrização. O nascimento de gêmeos de
tamanduá-bandeira até já foi registrado em cativeiro, mas ainda não há
registros oficiais na natureza”, conta o veterinário Guilherme Guerra, gestor
do zoológico.
As tamanduás gêmeas foram encontradas em uma
propriedade rural de Votuporanga, abraçadas ao corpo da mãe, que foi morta com
um tiro na região dianteira do corpo. Não há indícios sobre o atirador. A
Polícia Ambiental foi acionada pelo dono da propriedade e encaminhou os
filhotes para o Zoológico Municipal no dia 1º de junho. Elas pesavam 1,3 kg e
1,5 kg e estavam em boa situação geral de saúde.
Na última semana, a instituição recebeu mais um
filhote de tamanduá-bandeira, também fêmea e órfã, desta vez encontrada na
cidade de Palestina. A idade deste espécime foi estimada em 20 dias. Ela chegou
ao zoológico pesando 1,3 kg.
A alimentação dos três filhotes é feita com uma
fórmula láctea, criada para ser o mais próximo possível do leite que receberiam
da mãe. São oferecidas mamadeiras de 30 mililitros cada, quatro vezes ao dia.
Os filhotes ficam em reabilitação durante o seu crescimento, até que possam ser
destinados a algum programa de soltura monitorada. Caso a soltura não seja
possível, os animais passam a fazer parte dos programas de conservação em
cativeiro.
Os filhotes de tamanduá estão recebendo cuidados
na área de clínica do zoológico, portanto, não estão em exibição ao público.