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O presidenciável do PSDB e ex-governador de São Paulo afirmou ainda que não colocaria seu projeto pessoal à frente.
Foto por: Reprodução
O presidenciável do PSDB e ex-governador de São Paulo afirmou ainda que não colocaria seu projeto pessoal à frente.

Doria agora prega candidatura própria, mas já defendeu 3ª via unida

Por: FOLHAPRESS - CAROLINA LINHARES
18/05/2022 às 08:30
Política

"Se lá adiante eu tiver que oferecer o meu apoio para que o Brasil não tenha mais essa triste dicotomia, do pesadelo de ter Lula e Bo...


 "Se lá adiante eu tiver que oferecer o meu apoio para que o Brasil não tenha mais essa triste dicotomia, do pesadelo de ter Lula e Bolsonaro, eu estarei ao lado daquele ou de quantos forem os que serão capacitados para oferecer uma condição melhor para o Brasil", afirmou João Doria (PSDB) em 22 de fevereiro deste ano.

No evento do BTG com entrevistas dos postulantes à Presidência da República, o presidenciável do PSDB e ex-governador de São Paulo afirmou ainda que não colocaria seu projeto pessoal à frente. "O meu país, o povo do meu país, é mais importante do que eu mesmo", disse.

Essas e outras frases em que Doria indica apoio a um acordo da chamada terceira via voltaram a ser lembradas entre tucanos no momento em que o ex-governador ameaçou, via carta, ir à Justiça para obrigar o partido a lançar o seu nome.

A questão está no centro do mais recente imbróglio no PSDB.

Nesta terça-feira (17), a executiva nacional do partido decidiu prosseguir com as conversas com MDB e Cidadania para escolher, por meio de uma pesquisa, um candidato único da terceira via -costura que tende a apontar o nome de Simone Tebet (MDB) no lugar do de Doria.

O tucano vem sendo pressionado pelo próprio partido a desistir da candidatura e foi convidado para uma reunião em que líderes do PSDB devem falar a ele abertamente sobre sua inviabilidade eleitoral.

Em resposta à articulação pró-Tebet, Doria enviou, no sábado (14), carta ao presidente do PSDB, Bruno Araújo, argumentando não haver a possibilidade de que o partido não tenha uma candidatura própria, dado que seu nome foi escolhido em prévias partidárias em novembro passado.

"Na realização das prévias, entre três pretendentes, tanto a comissão executiva nacional quanto os filiados votantes optaram por uma candidatura própria à Presidência. [...] Os filiados já optaram por uma candidatura própria à Presidência da República, em torno de nosso nome", diz a carta.

O texto trata a candidatura de Doria como um ponto já resolvido, um direito adquirido a ser apenas homologado na convenção partidária (entre julho e agosto), e que não caberia à cúpula do partido voltar atrás para apoiar Tebet.

"Ao deliberar pela realização das prévias, a comissão executiva nacional decidiu por uma candidatura própria."

Na carta, Doria afirma que, se Araújo agir de forma diferente disso, "constitui abuso de poder, ato antijurídico passível de correção, pela via judicial inclusive". Aliados do ex-governador preveem que a disputa será levada à Justiça Eleitoral.

Questionada sobre o entendimento do ex-governador, que antes indicava a possibilidade de ceder à candidatura em nome da união da terceira via, a assessoria de Doria afirmou que não houve uma mudança de posicionamento dele, mas uma alteração no contexto eleitoral e político.

A União Brasil, por exemplo, desistiu de se unir a PSDB, MDB e Cidadania e decidiu lançar um candidato próprio. E o ex-juiz Sergio Moro, que poderia ser um presidenciável da terceira via, foi descartado, o que afunilou a questão entre Doria e Tebet.

Entre os argumentos de Doria estão o de que ele pontua numericamente à frente de Tebet (3% contra 1% na pesquisa Quaest da semana passada) e o de que a candidatura da emedebista pode acabar derrubada pelo MDB, que tem alas divididas entre apoiar Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na convocação da reunião da executiva nesta terça-feira (17), feita em reação à carta de Doria, Araújo destacou que a negociação com a terceira via vinha sendo feita com o aval do ex-governador.

"Todas as negociações até este momento de uma aliança em torno de uma candidatura única se iniciaram com notória anuência do ex-governador de São Paulo, pré-candidato do PSDB à Presidência, e com o aval da executiva nacional do partido e das bancadas no Congresso Nacional", escreveu.

Ao vencer as prévias, em 27 de novembro do ano passado, Doria afirmou: "Ninguém faz nada sozinho. Precisaremos da ajuda de todos. Da união do Brasil. Da união do PSDB. Da união com outros líderes e partidos".

Durante a campanha das prévias, Doria também acenou que toparia negociar com outras siglas para responder às criticas de que era intransigente e de que tinha uma candidatura isolada.

"É entrar sem prerrogativas, com diálogo com outros partidos. Isenção, humildade e entendimento. Essa será nossa conduta", disse o governador paulista em 20 de novembro.

Durante sabatina da Folha de S.Paulo e do UOL, no último dia 28, quando a União Brasil desistira do acordo da terceira via, Doria afirmou não excluir nenhuma alternativa. Tebet havia dito que rejeitava a posição de vice.

"Temos que ter o bom entendimento de que a prioridade é o Brasil, não nós. Eu não me priorizo e nem excluo nenhuma alternativa. Não estou fazendo críticas contra a Simone Tebet, mas a prioridade é o Brasil e os brasileiros, não é sequer meu partido, nem sequer o indivíduo", disse.

Em dezembro, em entrevista ao portal Metrópoles, declarou que "os líderes partidários que advogam nesse centro democrático liberal social sabem que se entrarmos divididos nesta eleição, perderemos".

"Esse é um diálogo que vai se estender até abril. Certamente para buscar a melhor alternativa que é o fortalecimento em torno de uma candidatura de centro, não de muitas candidaturas de centro", completou.

"Haverá um juízo para se encontrar a melhor via. Em junho vamos ter essa concretude para que a terceira via possa ser expressada em um ou dois candidatos. Lembrando que Ciro Gomes [PDT] será candidato até o final", disse em janeiro à TV Bandeirantes.

Ainda em janeiro, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, Doria defendeu a unificação da terceira via em junho.

"Vamos caminhar com as nossas candidaturas sabendo que, ao início de junho, poderemos fazer uma avaliação sobre as condições para a convergência em torno de uma candidatura para a presidência da República em nome dessa chamada terceira via", disse.

Também em janeiro, em uma live, Doria afirmou: "teremos que ter competência, discernimento, paciência e tranquilidade para construir uma opção, eu diria fortalecida, se possível com uma única candidatura".

"Não é algo obrigatório, mas é algo que faz sentido, já que temos dois extremos liderando a campanha", completou.

"Em nenhuma dessas reuniões [de partidos da terceira via] houve qualquer colocação, de qualquer partido e de qualquer candidato no sentido de que a prerrogativa fosse seu nome ou seu partido. O mais importante é a defesa do Brasil e dos brasileiros", afirmou em entrevista à imprensa em 23 de março.



Publicado em Wed, 18 May 2022 08:20:00 -0300







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