O PSDB sempre deixou a desejar na Segurança Pública, desde a época do governador Mário Covas que a polícia é punida, passando muitas vezes de vítimas a acusados. Certa vez Covas em uma entrevista disse que os policiais que entravam em confronto precisavam de reciclagem, a Polícia de São Paulo sempre estava desfalcada com seus melhores homens, pois entrar em confronto significava "punição”.
A Polícia paulista é punida diariamente com os piores salários do
Brasil, mesmo o PSDB tendo
diversos governadores desde Covas a Rodrigo Garcia. A PM é regada de
equipamentos, viaturas, armas, coletes e até câmeras que evitam as denúncias de
pessoas comuns, como local de cativeiros, entre outras, pois o anonimato não
existe mais. Sem dinheiro no bolso, câmeras, punições e grupos de direitos
humano pegando no pé, a polícia paulista fica sem motivação.
Nos últimos anos, secretários que passaram pela pasta da segurança
mais atrapalharam que ajudaram. Entre eles Saulo Castro e Alexandre de Moraes,
atual Ministro do STF. Ao longo dos governos vimos crescer o PCC no estado, que
em 2006 atacou e parou a capital e a maioria das cidades do interior. A avenida
Paulista só ficou vazia por duas vezes em dia útil, nestes ataques e com a
covid. Ou seja o desmando na segurança provocou consequências parecida com a
pandemia.
Neste mês de maio, no próximo dia 15, lembramos de
15 anos dos ataques, 564 pessoas entre civis e agentes morreram. Saulo
Castro negociou o fim dos ataques terroristas, mas até hoje não se sabe o que
foi acordado.
É nesta onda de incompetência, que o PSDB chega em mais uma
eleição com ameaça de ser derrotado.
Além dos estragos que João Dória promoveu na imagem do partido, agora Rodrigo
Garcia tenta reunir eleitores e corre contra o tempo. E sabe que nos quarteis
da PM existe um sentimento pró Bolsonaro, que a reboque significa Tarcísio de
Freitas, capitão do Exército, candidato a Governador.
Não se sabe se as mexidas feitas por Garcia nas cúpulas da PM e
Civil vão angariar simpatia para sua empreitada. Mas, a cada movimento vem um
estrago. O último em Rio Preto, quando o Coronel Fábio Rogério Cândido foi
demitido e "promovido” ao comando de policiamento de área na capital. Se fosse
um general do exército, Fábio seria um general de brigadas, pois comanda cinco
batalhões de infantaria, o que vale ao efetivo de uma Brigada de Infantaria.
Não é pouca coisa, em troca lhe oferecem pouco. Tudo isto acontece depois de o
Coronel concedeu uma entrevista ao Diário da Região. O coronel é sincero ao
dizer aos quatro cantos que a política de segurança público do estado é
"equivocada”. Sem dúvida é. O rastro deixado por secretários comprovam. O
coronel foi punido, com certeza. Coincidentemente com o decreto do governo saiu
uma reportagem, onde falam sobre a violência policial do estado e colocam o CPI
5 do coronel Fábio como um dos mais violentos do estado, mais que a capital e
cidades maiores proporcionalmente.
Apenas uma coincidência esta reportagem aparecer neste momento. Se
a policia daqui é violenta, não sabemos como será o comportamento da tropa com
tudo isto. Militar é obrigado a seguir hierarquia e disciplina. Mas o voto
continua secreto. E quem comanda o CPI/5 a partir de agora é o comandante do
Baep.
Luiz Storino é jornalista no DLNews e do Programa Microfone Aberto
na Rede Massa de Rádio.