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Júlio Cesar Antônio, dono da empresa  Mar e Rio
Foto por: Divulgação
Júlio Cesar Antônio, dono da empresa Mar e Rio

Protestos no Chile tiram sono de donos de restaurante de comida japonesa em Rio Preto

Por: Maria Elena Covre, Fabrício Carareto e Lucas Israel
13/11/2019 às 20:08
Bastidores

Dono da Mar e Rio, um das maiores importadoras do produto no Brasil, diz que, apesar da tensão e preocupação, carregamentos seguem normais por enquanto


Tem salmão? 1
No último domingo (10) um empresário chamou a atenção no Pão de Açúcar da região central de Rio Preto ao colocar no carrinho todas as peças de salmão disponíveis no balcão refrigerado, numa aquisição de mais de R$ 1 mil. Ele se justificou dizendo que era dono de restaurante de comida japonesa e estava apavorado com a ideia de ficar sem a mercadoria diante da tensão política provocada por violentas ondas de protestos populares no Chile, de onde vem praticamente quase todo o salmão consumido por aqui. Em muitos mercados, o produto de fato desapareceu sob esta justificativa. 

Tem salmão? 2
De fato, a tensa situação política no Chile, cujos protestos populares levaram à transferência da final da Libertadores da América da capital Santiago para Lima, no Peru, no próximo sábado (16), deixou em alerta o setor de importação. E, em especial, consumidores em larga escala, ou seja, gente cujo negócio depende, e muito, do salmão, caso dos restaurantes de comida japonesa. E são algumas dezenas em Rio Preto. 

Sim, tem salmão 1
No entanto, contradizendo o que dizem varejistas, um dos maiores importadores do Brasil, o empresário Júlio César Antônio, dono da empresa rio-pretense Mar e Rio, diz que, apesar da crise, da intensa preocupação e do monitoramento que vem sendo feito de perto, não existe motivo para desespero como o protagonizado pelo dono de restaurante no último domingo no hipermercado. 

Sim, tem salmão 2
De acordo com o empresário, até o momento os carregamentos no Chile estão ocorrendo normalmente. "Na semana passada, deu tudo certo. Tem um novo grande protesto marcado para sábado que vem, isso preocupa, mas até agora os atos não estão nos impedindo de carregar o produto”, diz Júlio César Antônio que foi escolhido o empresário do ano pelo Lide na noite de terça (12).  

50 carretas 
A Mar e Rio importa do Chile entre 50 e 52 carretas, o que equivale a mil toneladas de salmão por mês. A empresa criada e administrada em Rio Preto atende o Brasil todo, com cliente até em Manaus. Além do salmão, oriundo exclusivamente do Chile, a empresa busca pescados em outros 14 países, num total de duas mil toneladas de produtos importados para abastecer o mercado nacional. 

Nos bares...
Se bares, botecos e restaurantes são um bom termômetro para saber a quantas andam o bolso e o humor da população, especialmente entre 20 e 50 anos de idade, tudo indica que o rio-pretense começa a sair do aperto. O setor, que registrou queda de quase 30% no volume de público e gastos nos meses de maio, junho, julho e agosto, já sente o efeito "Papai Noel” surgindo no horizonte.

… da vida 
O empresário Cacaco Cunha, dono dos bares Boemia e Frei Caneco, conta que outubro trouxe indicativos de um bom final de ano. "A gente sentiu o efeito da crise, da desconfiança das pessoas, mas agora o cenário já dá sinais visíveis de melhora”, disse ele. 

Fez barulho 
A notícia de que a médica Amália Tieco, diretora-administrativa do Hospital de Base de Rio Preto, começa a desabrochar para o universo político-partidário, ainda que involuntariamente, provocou especulações de toda ordem dentro do complexo HB, Hospital da Criança e Famerp. Os mais antigos lembraram, por exemplo, da candidatura do médico Liberato Caboclo à Câmara Federal em 1990. A então vitória, vista de fora como algo improvável, pegou meio mundo de surpresa.

Exército de Brancaleone
 "O grupo de campanha dele (Caboclo) parecia o Exército de Brancaleone, algo totalmente amador, mambembe. Mas ele ganhou devido à marca forte demais do HB em todo o Estado”, relembra um médico que viu de perto a história. Ele conta o fato para avaliar que a médica está talhada, e amparada pelo peso do HB, para uma disputa ao Legislativo estadual ou federal. "Besteira focar cargo de vice-prefeita”, concluiu. Mas vale lembrar que Caboclo surpreendeu de novo ao surgir vitorioso das urnas em 1996 com prefeito de Rio Preto, partindo para uma tumultuada gestão. Depois disso, ele se aposentou da política. 

Segue a guerra 1
O Aliança Pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro começa a projetar para si e seus apoiadores hoje alojados no PSL, nem nasceu e já provoca cobiça, com promessa de disputa, entre antagônicos grupos de Rio Preto. Gente que atualmente está no PSL e até fora. 

Segue a guerra 2 
O médico Paulo Bassan, que voltou ao posto de coordenador atual da legenda pelas mãos do deputado federal Eduardo Bolsonaro, mas que já afirmou que seguirá o presidente na hora certa, volta a ser alvo. Representantes dos políticos ligados a militares, forte base do presidente, afirmam que Bassan não é o único a falar em nome de Bolsonaro na cidade. O médico, por sua vez, afirma que não vai entrar em disputas. E também colocou na gaveta, até segunda ordem, o projeto de disputar a Prefeitura de Rio Preto. 

Economia burra?
Talvez pelo fato de que não terá seu nome nas urnas em 2020, o presidente do diretório municipal do Republicanos, Diego Polachini, se declara abertamente contra projeto do vereador Fábio Marcondes (PL) que reduz número de vereadores na Câmara de Rio Preto a partir das eleições de 2024.  Segundo Polachini, uma Câmara menor não significa uma Câmara melhor e mais eficiente. Ele apresentou números para argumentar que a redução de dois vereadores, a partir de 2024, representaria apenas 2,03% do orçamento do Legislativo, ou seja, 1% para cada gabinete. "É um valor muito irrisório para uma perda significativa de representatividade", disse à coluna.

Percepção de valor
O republicano disse também, usando um termo do marketing, "awareness", que pouco importa o número de parlamentares se a percepção de valor do cidadão em relação à Câmara não mudar. "Se reduzirmos a nove vereadores, mas não ocorrer uma mudança de comportamento dos parlamentares, a percepção de valor da Câmara continuará ruim do ponto de vista do eleitor", disse. Projeto de Marcondes prevê 15 cadeiras na disputa de 2024 e 13 vagas nas eleições de  2028.

Oposição mais fraca 
O projeto do veterano Marcondes, que se revela oportunista em função de ele tentar tirar da manga uma medida de apelo popular somente agora, às vésperas de novo pleito eleitoral, também recebe críticas de representantes da esquerda. Para o empresário Carlos Alexandre, presidente do PC do B, a medida limita as chances de candidaturas com menos recursos.  "Vereadores tentando agradar população (eleitores) em Rio Preto querem diminuir número de cadeiras na Câmara Municipal. Longe de proposta com sentido ’ético’, medida dificulta acesso de candidatos mais populares. Os mais fortes e bem aquinhoados permanecerão e a oposição deverá ser mas fraca”, postou ele em suas redes sociais. 







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