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Fabiano Latham

Jornalista e escritor, autor dos livros “Aprendendo com os Mestres” e “Agora Vai”.


Rejeição: você já sentiu na pele o desprezo do outro?

Por: Fabiano Latham
20/09/2019 às 09:51
Fabiano Latham

Não tem como escapar: se você ainda não foi vítima, em algum momento será. Em maior ou menor grau, em uma ou mais fases da vida, todos sofremos com a rejeição, sentimento de gosto amargo capaz de abalar nossa autoestima e autoconfiança e deixar rastros profundos.

Vivemos num momento social em que tudo é motivo de rejeição: opiniões, posições políticas, condição financeira, grau de escolaridade, localização geográfica e por aí vai. Somos avaliados, comparados e rejeitados em questão de segundos, como se fossemos um produto numa vitrine.  

Mas vou tratar aqui de um nível mais delicado de rejeição: a rejeição a comportamentos e características exclusivas de cada um. Falo daquele tipo de rejeição por não se enquadrar nos padrões de beleza; rejeição por causa da manifestação da sexualidade e da rejeição por você ser exclusivamente quem você é, com seus defeitos, suas cicatrizes e altos e baixos.
 
Pensou diferente? Rejeição. Vestiu-se diferente? Rejeição. Não foi politicamente correto? Rejeição. Errou uma vez? Rejeição eterna. E há outra lista grande: peso, altura, cabelo, cor da pele, personalidade, modo de falar, expressão de sentimentos... Tudo se torna linha divisória para o apartheid contemporâneo.

Já reparou que em alguns momentos parece que estamos numa arena de guerra prontos para medir forças e buscar nossa redenção por meio da aprovação e aplausos da multidão? Pode-se entender a arena como a redes sociais e a multidão como os seguidores e observadores de plantão.

Mas viver tem disso. Não queremos admitir, mas vivemos num grande jogo em que as regras são confusas e mudam ao sabor dos ventos.

Lidar com a rejeição não é tarefa fácil. Ela começa muito cedo quando até as pessoas que mais amamos e temos como referência nos rejeitam. Mesmo de forma sutil, há casos de pais e mães que rejeitam ou abandonam afetivamente seus filhos e o fazem sem perceber que estão se afastando da criança ou do adolescente simplesmente porque ele não cabe num papel idealizado.
 
Somos rejeitados quando perdemos o emprego e ficamos um tempão tentando entender onde foi que erramos. A rejeição também é recorrente no amor, quando apostamos todas as fichas numa relação e a outra parte decide romper. E até os amigos nos rejeitam por conta de atitudes que tomamos ou simplesmente porque demos certo em alguma área da vida e lidar com isso fica difícil para alguns. 

Dá-lhe rejeição e afastamento!

Não tem como descolar a rejeição da convivência humana. Ela é parte dolorosa, mas é também um componente que pode nos impulsionar a procurar melhores caminhos e alternativas mais compensadoras. O problema acontece quando não aceitamos ou sofremos demais com uma rejeição e ficamos anos a fio presos neste sentimento.
 
É preciso boa dose de autoconhecimento, coragem e foco no presente e futuro para não se vitimizar e sofrer por exageradamente por causa da rejeição. Não é fácil: dói demais sentir na pele o desprezo do outro por aquilo que somos ou fizemos. Mas quando entendemos que não precisamos da aprovação de ninguém para construir nossa felicidade, começamos a flertar com o verdadeiro sentimento de plenitude.

Pense bem: quem o rejeita é que está perdendo. Pois, no fundo, todos somos muito mais interessantes do que aparentamos. O que vale é fazer valer nossa essência.






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