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Mônica Soares

Psicóloga


Fanatismo

Por: Mônica Soares
28/08/2019 às 09:18
Mônica Soares

Durante 2018 vivemos momentos de uma intensa disputa para as eleições presidenciais, mas mesmo após as eleições ainda podemos ver posturas bastante extremas especialmente nas redes sociais. Mas não é só na política que temos visto comportamentos extremos. Grupos radicais, fundamentalistas, ativistas fanáticos se espalham por todo mundo, defendendo as mais diferentes temáticas e causas como sexualidade, religião, esportes, alimentação, étnicas, política e tantas outras.

É fato que as redes sociais contribuíram muito com os comportamentos extremos e fanatismo, seja na veiculação e disseminação de mensagens de ódio, notícias falsas ou no agrupamento de pessoas com discursos semelhantes. No entanto, esses grupos e essas pessoas sempre existiram e suas atitudes radicais sempre trouxeram muito prejuízo tanto no âmbito particular como no público.

A grande questão da atualidade é que esses comportamentos foram desvelados... exibindo a face do ódio e da intolerância.
ADORAR OU ODIAR um político, um partido, um time, uma ideia, um sentimento, uma religião, uma banda, um artista é NORMAL ou é DOENÇA?
Gostar, admirar é normal..., mas se você tem tido dificuldade em manter um diálogo e passou a ver a pessoa com pensamento contrário ao seu como um INIMIGO, cuidado, você pode estar doente ou adoecendo.

Sim... o FANATISMO pode ser sintoma de quadros psicóticos, paranoicos e outros estados que necessitam de cuidados psicológicos e psiquiátricos.
O comportamento de grupo aliado ao fanatismo pode ter consequências graves, como vemos nas brigas por futebol, até mesmo alucinações podendo chegar a atos criminosos como assassinatos. 
As principais características dos FANÁTICOS são:
1. Dificuldade em ouvir e manter diálogo com pessoas diferentes ou com ideias diferentes;
2. Agressividade física ou verbal;
3. Pensamentos MANIQUEÍSTAS (Bem x Mal), o outro é INIMIGO;
4. Fantasias persecutórias, teorias conspiracionistas ou místicas;
5. Crueldade ou falta de empatia com a dor do outro;
6. Valores, ideias e pensamentos rígidos;
7. Ódio extremo;
8. Negação dos sentimentos;
9. Preconceitos em geral;
10. Lógica confusa ou deturpação da realidade;

Os FANATISMOS mais comuns são:
Esportes – Cada país tem o seu esporte nacional, no Brasil, alguns países da América Latina e da Europa o futebol causa grandes paixões e rivalidades.  O fanatismo pode ser identificado quando a pessoa adquire dividas ou compromete aspectos importantes como trabalho ou família por conta do time. Há aqueles ainda que se envolvem em ações criminosas por conta do time, no caso de brigas de torcidas. Qualquer um desses comportamento indicam que o amor pelo time passou dos limites.

Religião – Acreditar em algo, ter fé ou um propósito é muito positivo para qualquer um, mas quando a fé cega e as pessoas passam a crer que o que é o bom e correto para ela é o bom e correto para TODOS, ela se torna muito perigosa.  Acreditar que sua religião é a única possibilidade de existência e tentar convencer as pessoas disso, principalmente, misturando com trabalho, política e outras áreas pode tornar-se um grande problema. O fanatismo afasta o ser humano da Paz que a Fé deveria trazer.

Artistas e Celebridades – Muitos apaixonam-se por artistas e celebridades chegando ao verdadeiro fanatismo. Essa paixão pode inclusive provocar alucinações fazendo com que o fã acredite ser correspondido ou mesmo ignorado pela pessoa. Vivendo uma relação fantasiosa com os ídolos. 

Político – Todos vivemos dentro de alguma ideologia, geralmente várias, mesmo aqueles que acreditam não viver nenhuma.  A grande questão é quando essa ideia, sentimento ou admiração por um político traz atitudes antidemocráticas, desrespeitosas, agressivas e que distorcem a realidade.   O fanatismo politico sempre existiu, mas hoje ele está de fato maior e mais evidente. Políticos e partidos diferentemente de times de futebol, religião, artistas não devem ser amados incondicionalmente. Afinal a função deles é servir a população e não ser servida por ela e em caso de erros e falhas devem ser julgados e condenados por seus atos.

Qualquer que seja o alvo ou o motivo do fanatismo ele SEMPRE é PREJUDICIAL. Podendo tornar o fanático até mesmo violento. O objeto amado é na maioria das vezes idealizado e quando se mostra não compatível com a idealização a pessoa pode buscar um novo objeto para adoração, negar suas fragilidades e/ ou defeitos ou simplesmente querer destruí-lo. 

A distorção da realidade é bastante comum entre essas pessoas, que costumam também ter baixa autoestima ou serem muito inseguras e a criação dessa figura de poder funciona como uma "capa” ou "escudo” protetor. Sentido- se mais seguras e protegidas junto a esse grupo e essa ideologia, não permitindo espaços para questionamento ou dúvidas.

O fanatismo semelhante a um vício é difícil de ser reconhecido e a pessoa raramente procura ajuda, cabendo aos familiares e pessoas próximas ajudar o fanático perceber que suas atitudes estão prejudicando.






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