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Carlos Alexandre

Empresário, formado em Administração Pública pela Universidade Federal de Ouro Preto


Lar, doce lar.

Por: Carlos Alexandre
09/06/2021 às 09:59
Empresa | Empreendedorismo

Quase 500 dias se passaram desde que entramos em quarentena por conta da expansão violenta da COVID 19.

Março do ano passado foi quando muitos de nós começamos a deixar os escritórios e passamos a desempenhar, a partir de nossas casas, o que é conhecido por trabalho home.

Aparentemente houve uma imediata adaptação de muita gente e mais ainda de muitas empresas que aprenderam a confiar nos seus funcionários e a controlá-los das mais diversas formas, mesmo a distância.

Na verdade o Brasil do início do novo século já era o terceiro país do mundo em que o home-office mais crescia.

Hoje, não só reuniões de trabalho, mas reuniões de clubes de serviços, sindicatos, associações de bairros, encontros de família e até celebrações religiosas já se fazem por meio remoto.  E essa inovação e prática, antecipadas à forceps pelo afastamento necessário, devem permanecer, em muitos casos, bem depois que a pandemia passar.

Para desempenhar bem suas funções, sem deixar a desejar, o trabalhador em casa precisa seguir alguns critérios.

Desde meados dos anos 90s que, principalmente redes de franquias, começaram a oferecer modalidades home-based para prestadores de serviços ou pequenos representantes comerciais. E traziam consigo um tipo de manual de procedimentos.

As exigências eram então o que se pode recomendar sem medo, mesmo agora.  Um cômodo ou aposento dedicado, com chave para que crianças, visitantes e outras pessoas não entrem de repente a bagunçar ou fazer barulho.  Boa internet, telefone exclusivo, se possível um ar condicionado que permite deixar os vidros fechados a fim de que sons de cachorro latindo, panelas e crianças a brincar não interfiram no diálogo com clientes. Boa iluminação, cadeira e mesa confortáveis e um bom equipamento de informática.

A esses detalhes eu ainda acrescentaria uma certa disciplina.  Há tendência de trabalhar além ou aquem da conta, pois com o escritório dentro de casa, telefonemas e contatos ocorrem a todo horário e não raramente, pode-se deixar para executar tarefas mais chatas em horários alternativos.

Por consequência, família desprezada e abandonada há apenas alguns metros de distância.

Mas o contrário também é fato.  Acordar mais tarde, demorar-se no banho, fazer uma longa sesta, ver o noticiário, receber a visita daquele parente sem compromisso, buscar crianças, fazer compras etc.

O corretíssimo é estabelecer um horário comercial mesmo em casa e não desviar-se da agenda.  E também evitar o excesso de conforto, como roupas relaxadas, cerveja sobre a mesa e por aí vai.  Isso só faz distrair e quebrar, internamente, a seriedade e o comprometimento.

Final da história, menos produtividade, mais insatisfação de todos os lados. O que poderia ser ótimo, fica regular e pode até desmotivar bons profissionais e promover o arrependimento de patrões.

Comportamento é importante sim. O mundo tem assistido o inusitado, desde tribunais até reuniões executivas, em que pessoas despreparadas ou sem noção,  exibem cenários esquisitos ao fundo, enquanto participam de áudios-conferências.

Já se viu até um advogado tomando banho em plena audiência, um político só de cuecas e outro cheirando uma calcinha.  Sem falar no famoso caso do advogado ou promotor com cara de gato. Hilário e trágico de uma só vez.

Seres descabelados, camas desarrumadas e outras imagens ruins, tem feito parte de um bom número desses encontros virtuais. Falta de um mínimo de respeito e atenção.

É sustentável e vantajoso trabalhar em casa.  Ganha-se tempo que era perdido no trânsito, economiza-se dinheiro com comida na rua, transporte e roupas.  Enquanto isso, a empresa evita muitos pontos e aluguéis, economizando, ainda que ajude nas despesas de energia e internet de seus funcionários nas suas residências.

Enfim, parece mesmo um caminho sem volta.

O importante é pegar firme.  Dá pra se trabalhar para outros e para empreender a partir de sua sala ou pequeno escritório doméstico.  Mas você tem que se esforçar para não cair nas tentações.

Nada de despertar sem cuidar de si e do ambiente. 

Arrumar a cama, se barbear e pentear os cabelos, vestir-se de acordo, ainda denotam respeito a clientes, colegas e chefes. Além disso, estabelece um ritual que define seu papel como profissional naquele período específico, mesmo no lar. Inclusive serve como recado para familiares ou convivas do ambiente, que saberão entender e respeitar aqueles momentos.

Uma dica importante também é aprender a lidar com os equipamentos e aplicativos disponíveis para reuniões e outras tarefas. Facilita, agiliza e evita os micos mencionados antes.

Ah e atenção, a venda de produtos é outra grande fazedora de novos e bem sucedidos profissionais.  Não faltam alternativas. Se você está desempregado, eis aqui uma chance.

Não vou me aprofundar na questão que versa sobre direitos trabalhistas, relacionamento interpessoal e convivência (socialização) entre colegas de trabalho.  É uma discussão bem ampla.  Mas ninguém deve deixar de pagar ou receber o que é devido.  Nem tampouco exagerar ou minimizar esforços ou o tempo de trabalho. O que muda é apenas o local, mas não a relação empregatícia. 

No caso de autônomos, a economia de trabalhar home, em boa parte das vezes é maior que a perda por não estar nas ruas, acredite.

Se você está preocupado, ou preocupada com o que fazer ou procurar, ou mesmo com o que criar, pense nisso tudo.  O trabalho home é ideal para os perídos atuais e pós pandemia, tanto para quem quer um emprego, quanto para quem quer empreender. Principalmente se for criar um novo negócio, não despreze essa séria e grande tendência dos tempos modernos.

 

 

 






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