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Carlos Alexandre

Empresário, formado em Administração Pública pela Universidade Federal de Ouro Preto


A COVID e o COVARDE

Por: Carlos Alexandre
26/03/2020 às 08:41
Empresa | Empreendedorismo

Estarrecidos ficamos todos com o pronunciamento irresponsável do despreparado presidente do Brasil sobre a pandemia e as ações promovidas para minimizar o contágio.

Na verdade, ficaríamos mais estupefatos se ele realmente falasse coisa com coisa.  Não é de seu perfil, nem de sua capacidade intelectual.

Já até cansou ouvirmos críticas de toda parte, a respeito dessa desastrosa fala em rede nacional de rádio e televisão. 

Sinceramente só não sei como seus eleitores e alguns apoiadores não sentem vergonha cada vez que ele abre a boca. 

No mínimo devem ter vontade de repetir o velho personagem de Jô Soares que de quando em quando repreendia o sacristão no bordão: "Cale a boca, Batista”.

Mas calar é algo que nem ele e nem alguns de seus generais conseguem.

É bom salientar que nessa crítica não há, de minha parte, qualquer despeito por conta da não eleição de algum candidato que eu tenha preferido.  E olhe que eu preferia qualquer um dos outros, inclusive o Cabo Daciolo.  Mas escolheram votar naquela cadeira vazia dos debates... deu nisso.  

Já tive "n” candidatos não eleitos nas tantas eleições em que votei e só me restou sempre aceitar o resultado e respeitar a vontade da "maioria”. Diferente, por sinal dos eleitores e apoiadores do "bom mocinho” das Minas Gerais, o famigerado playboy Aécinho.

Ao perder as eleições, por meio da influência que detinha (até então), minaram o governo de Dilma impondo-lhe um sangramento diário que culminou no impeachment que prefiro chamar de golpe.

Muito menos ainda se pode dizer que eu não torça pelo meu país. 

Em que pese não ser caso de torcida, mas de se trabalhar incansavelmente para sobreviver, que é o que cada um de nós fazemos de fato e independente de quem é eleito, não torço contra.  Em política sou tudo, menos suicida.

Mas o cara consegue se superar a cada dia.

No episódio de agora, destoa de toda humanidade tentando agradar a uns e outros de seus amigos que, com certeza, estão cobrando-lhe uma posição contra o fechamento das empresas.

Estão incomodados com a quarentena.  Alguns até puseram a cara pra bater como o papagaio da Havan, o almofadinha Justus e os donos daqueles restaurantes que não me verão mais.

Também sou empresário.  Só faltava estar feliz com o fechamento dos negócios.  Colaboradores todos trabalhando em casa e as vendas lá no chão.

Acontece que sei entender as coisas porque não sou infantil.  

Não se trata só de quantidade de contaminados ou quantidade de mortos.  Sobretudo a preocupação é com a velocidade com que o vírus se espalha e causa as mortes.

Em alguns países são 600, 700 óbitos por dia.  E sem falar nas vítimas fatais, tem o volume já exorbitante de atendimentos nos hospitais que não será suportado caso a curva permaneça como prevista.

Com certeza Bolsonaro não se atentou para o fato de que a negligência em 1918 causou, só no Brasil, mais de 30 mil mortos pela Gripe Espanhola (que na verdade nasceu nos Estados Unidos).

O nosso "querido” chefe de Estado também não deve saber que aquela pandemia matou o presidente do Brasil que eleito, não tomou posse.

Será que sabia que os coveiros não davam conta?  Que os corpos ficavam defronte das casas, porque não havia tempo e pessoal suficiente para recolhe-los para os funerais? E estou falando do Rio de Janeiro.

No mundo foram mais de 500 milhões de infectados e se fala de 50 a 100 milhões de mortos, pois a divergência dos números se deve ao excesso de mortos sem registro.

Foi assim... se espalhando rapidamente e contaminando todo mundo, independente de classe social e idade. 

O que os governadores estão fazendo para achatar o avanço, bastante orientados por autoridades da saúde e repetindo o que fazem outros líderes mundiais, está correto.

Se preocupado com os micro e pequenos empresários, resta ao presidente saber que há mecanismos legais para que ele utilize cifras em auxilio como alguns de seus antecessores já fizeram para ajudar banqueiros e usineiros. Só pra ilustrar.

Aliás, há dinheiro suficiente para garantir a cada família uma renda mínima que lhes possibilite a subsistência durante esse processo de isolamento. E não precisa sair do salário de servidores.  Isso é balela e terrorismo barato. Quem disser o contrário está mentindo.
Não seria três vezes legal o representante da extrema direita promover distribuição de renda nesse país?

Vejo colegas do comércio caindo nessa conversinha mole do sr. taokey, sem qualquer objetividade, como se fosse simplesmente apertar um botão e botar a economia toda para rodar de uma vez.

Acabou. Esse ano já era.  Não tem crescimento e se o governo não agir da forma acima, vamos todos passar muito apuro.  E em paralelo, a pandemia estará dando sequência ao seu ciclo.

O que está em nossas mãos é fazer com que esse ciclo seja breve ou esticado.  Só isso.

Esse enfrentamento, no entanto, ficaria muito mais fácil com um líder de verdade, inteligente e CORAJOSO a nos conduzir. 
 
Mas não será dessa vez.






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