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Eder Galavoti

Delegado de polícia e professor da academia de Polícia Civil de São Paulo, lateral direito e corintiano


Karaoke

Por: Eder Galavoti
28/12/2019 às 11:41
Eder Galavoti

Sempre desejei saber tocar violão. O problema é que eu nunca quis aprender. O ideal seria nascer sabendo. Aí sim seria magnífico. 

Quem nunca invejou o cara que tocava violão numa roda de amigos? Eles chegam, sentam, pegam o maldito e logo após os primeiros acordes a mulherada já está toda lá, e aí você vai chegando sem graça e se acomoda. 

Na minha juventude muitos rapazes queriam ter um Escort XR3 para impressionar as garotas. Éramos tolos. Demorei para descobrir que bastava saber tocar um simples violão, fazer caras e bocas e ser eclético no repertório. Felizmente, para nós pobres mortais, a maioria desses tocadores são meio chatinhos. Cansam facilmente, fingem que não sabem tocar aquela que você quer cantar, não tocam tal tipo de música e param toda hora para fumar. 

Risco grande é quando surge um simpaticão que toca tudo e que ainda chega na sua festa com um XR3 ou algo parecido. Se isso acontecer, deixe a cerveja esquentar ou ligue para polícia reclamando do barulho. É sabido que Deus criou os homens, mas Samuel Colt tornou-os iguais. Deus deu o dom musical e voz para os tocadores e então o japonês Daisuke Inoue deu-nos um alento e criou o Karaoke nos anos 70. Aqui no Brasil viveu febre nos anos 90. Karaoke era sinônimo de balada.

Entretanto, existia uma demora entre uma cantoria e outra porque era difícil localizar as músicas nas fitas cassetes de 90 minutos. Em casa então nem pensar, ninguém tinha paciência para esperar. Depois vieram os aparelhos domésticos, mas o som dos acompanhamentos era de um mal gosto terrível. Teclado estridente e ardido. Um verdadeiro lixo para nossos ouvidos. 

Disso tudo, os sedutores tocadores continuavam reinando nas rodinhas. A cartada final veio com as plataformas de compartilhamento de vídeos. Hoje encontramos os mais belos arranjos e tons para qualquer tipo de voz. A vingança contra seresteiros é feita com uma bela caixinha de som e celular com um bom plano de dados. O melhor desta brincadeira foi achar vários playbacks com apenas o violão. É o Martinho da Vila tocando no meu quintal pra eu cantar qualquer coisa. 

Ahhh.. esse Martinho da Vila não bebe, não fuma, não fala, só toca e não tem um XR3. 






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