Pensar, até um jumento pensa

Janaina Targas Albuquerque

Psicóloga, empresária e ativista de movimentos de direita

Por: Janaina Targas Albuquerque

08/12/2019 às 10:07

Janaina Targas Albuquerque

Na política, as certezas absolutas são raras ou inexistentes.

Aristóteles já dizia que nossos pensamentos não surgem do contato de nossa alma com o mundo das ideias, mas da experiência sensível. "Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos", dizia o filósofo. O que distingue a espécie humana é sua capacidade de confrontar o pensado com o conjunto dos conhecimentos disponíveis e regular o curso do pensamento pela escala de credibilidade que vai do possível ao verossímil, ao provável ou razoável e, em certos casos, à certeza. O que diria ele, hoje, sobre as famosas Fake News?

Na política, as certezas absolutas são raras ou inexistentes. O meramente possível reflete a liberdade da fantasia, o verossímil é apenas questão de opinião, gosto ou preferência. Não servem como argumentos. Resta a probabilidade razoável. Quem quer que argumente seriamente em política procura nos convencer de que a razão, com altíssima probabilidade, está do seu lado.

Quem acompanhou a CPMI da Fake News nesta semana ficou atônico com o esforço de tentar se provar o improvável. Esqueceram alguns, ali, que todo argumento de probabilidade depende eminentemente do elemento quantitativo que o fundamenta explícita ou implicitamente. Se digo que fulano pagou R$ 20 milhões por disparos de mensagens simplesmente porque está escrito em um slide de Power Point, não prova absolutamente NADA.

No livro, "O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota", o professor Olavo de Carvalho alerta quanto ao senso das quantidades e proporções ser a exigência mais básica e incontornável não só da conduta honesta, mas da racionalidade em geral. Ele argumenta que dissolvendo pouco a pouco na plateia, destroem não só a moralidade pública, mas as próprias condições elementares do funcionamento normal da inteligência humana.

Já é hora de deixar de nos levar por pensamentos raros e ideologia importadas, inadequadas às características do brasileiro, e assumir de fato o papel de sociedade como seres racionais que somos, com capacidade de conhecimento e entender o que as coisas são de fato e no que ela tem de essencial.

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