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Breno Aragon

Tecnólogo em informática, presidente do PSOL em Rio Preto e ex-integrante do Vergonha Rio Preto


Aliança contra o Brasil: o novo partido de Bolsonaro

Por: Breno Aragon
29/11/2019 às 18:00
Breno Aragon

O presidente Bolsonaro lança uma nova empreitada política ao lançar seu partido político "Aliança pelo Brasil”, e parece debochar dos brasileiros ao colocar seu filho Flávio como vice-presidente nacional. Para completar a cara de pau, só faltou colocar Queiroz como presidente de honra. É uma mostra clara de que Bolsonaro a muito já abandonou o discurso antissistêmico e de ética na política.

Após a intensa novela da briga interna dentro do PSL, que resultou em cenas dantescas na política nacional (nunca se viu um líder de governo chamando seu próprio presidente de VAGABUNDO), Bolsonaro decidiu criar um partido para chamar de seu. Usando e abusando do personalismo (uma das chagas da política brasileira), os apoiadores de Bolsonaro dizem aos quatro ventos que a "Aliança pelo Brasil” será o partido de Bolsonaro. 

Que existem dezenas de partidos que operam como "legendas de aluguel”, numa verdadeira lógica burocrática e cartorial e com verdadeiros "donos” de partidos. É sabido no mundo da política, mas nunca se imaginou que algum grupo político tivesse a coragem de dizer de peito aberto e com orgulho de que criariam um partido, cujo o objetivo principal seria dar plenos poderes burocráticos e administrativos a uma família, ao invés de ter como preocupação principal os problemas do Brasil.

O bolsonarismo andava em profunda crise antes da soltura do ex-presidente Lula. Sem uma bandeira que os unificasse, e sem uma oposição que causasse alguma espécie de receio nos diversos grupos que apoiavam Bolsonaro, restou aos deputados neófitos da política se digladiarem em grandes confrontos internos pelo poder. Com uma bancada que agia mais como um bando de youtubers adolescentes do que como políticos preocupados com a nação, o PSL se tornava um intenso elemento de crise para o governo, as notícias, intrigas e brigas que sua  bancada produzia. Só perdiam para o poder destrutivo de Bolsonaro e seus ministros, que a cada semana, pareciam fazer uma competição para ver quem faria a declaração mais estúpida e polêmica para a imprensa. 

Foi nesse cenário de crise que o grupo dos bolsonaristas entrou em conflito com o grupo liderado pelo presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Os conflitos não eram nem um pouco republicanos, não diziam respeito a diferenças políticas sobre os rumos para melhorar a vida do povo brasileiro, o motivo dos conflitos era apenas um: GRANA. 

Sim, foi por causa da disputa sobre o fundo eleitoral que o PSL têm dinheiro. Para se ter uma ideia, o PSL em 2020, ano eleitoral, irá abocanhar a bagatela de R$ 359 milhões (a soma do fundo eleitoral com o partidário), a maior quantia do país. Não foi por "amor ao Brasil”, ou por "patriotismo” ou ainda por uma moral "contra a corrupção” que Bolsonaro se desentendeu com o PSL, e sim, por achar que  deveria ser seu grupo político quem deveria gerir os gastos do fundo partidário. 

Se Bolsonaro estivesse minimamente preocupado com o patriotismo e com a ética na política, não teria como ministro-chefe da casa civil Onyx Lorenzoni (DEM), réu confesso pelo crime de caixa dois, ou então como ministro do turismo Marcelo Álvaro (PSL), envolvido com esquemas de candidaturas laranjas do PSL, ou ainda Ricardo Salles (NOVO), que é condenado em primeira instância pelo favorecimento ilícito de empresas pelo tribunal de justiça de São Paulo. Porém a gota da água que encerrou o discurso "contra a corrupção” dos bolsonaristas veio do gabinete de seu próprio filho Flávio Bolsonaro, e o esquema que Queiroz operava como laranja. Todos esses citados, são não estão presos pois nossa justiça é extremamente seletiva e complacente para com os poderosos.

Ao fundar seu próprio partido, Bolsonaro deixa claro que seu intuito é o de ter controle e poder absoluto dentro de uma esfera partidária, sem que ele possa ser confrontado por nenhum outro seguidor. A falta de apreço de Bolsonaro pela democracia é tamanha que ele próprio será o presidente nacional da sigla, e seu filho Flávio o vice. Para completar as "boquinhas” familiares, seu filho Renan, de vinte e um anos e sem nenhuma experiência na política, será membro da executiva nacional do partido. 

Uma vez abandonado o discurso da ética, e acumulando-se os ataques de seu governo aos trabalhadores (como a reforma da previdência e a taxação do seguro desemprego), restou ao bolsonarismo apelar para as armas, a violência, a "moral” e o ódio a esquerda como cerne principal de seu discurso. Para se ter uma ideia, as palavras "desenvolvimento social” ou "democracia”, não aparecem em nenhuma vez em seu manifesto fundacional. Nepotismo, absolutismo de poder, nenhum projeto de país e sim de poder, Bolsonaro acaba de inaugurar uma verdadeira "Aliança contra o Brasil”.






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