Doar é amar a humanidade
Por: Amalia Tieco
06/11/2019 às 12:47
Amalia Tieco
Filantropia origina-se do termo grego philanthropia, que pode ser traduzido como "amor ao homem" ou "amor à humanidade". É o ato de ajudar o próximo, por meio de várias atitudes altruístas e solidárias que colaboram com o suporte para com outros seres humanos, conceitua o dicionário.
Uma das formas de filantropias mais praticadas, sobretudo nos Estados Unidos, é a doação de dinheiro a instituições, entidades e causas humanitárias. Infelizmente, apesar de o povo brasileiro ser conhecido por sua generosidade, em nosso país esta prática não é comum entre nós.
É até compreensível diante da crise econômica que o país atravessa, que impõe a imensa maioria da população o desafio de sobreviver com pouco dinheiro. Se ele não é suficiente nem para a subsistência, quiçá para ajudar o próximo.
Ocorre que milhões de brasileiros podem, juntos, destinar bilhões de reais todo ano a instituições e causas filantrópicas sem ter que botar a mão no bolso. É só destinar uma parte do imposto de renda, mais precisamente 6%, para uma entidade assistencial ou projeto ou hospital aí, do lado de sua casa e que você conhece.
Para se ter ideia do quanto os brasileiros podem ajudar, apenas 2% do montante que pode ser destinado do imposto de renda de pessoa física é doado, ou seja, foram destinados apenas 119 milhões de reais, quando o potencial de doação por pessoas físicas no Brasil é de R$ 6,2 bilhões de reais.
E as doações de empresas, proporcionalmente, são ainda menores. Avalio que há três causas principais para este montante tão baixo de doações. A primeira é a desconfiança do destino do dinheiro. Ainda que as beneficiadas sejam instituições sérias, como o nosso Hospital de Base, por exemplo, envoltos que estamos nesse mar de corrupção, ficamos com um pé (ou seriam os dois?) atrás.
A segunda é a falta de incentivos governamentais para que o brasileiro doe seu dinheiro seja de que forma for, sobretudo, na modalidade de incentivo fiscal.
E a terceira, talvez, a principal é o desconhecimento. Poucas, muito poucas pessoas sabem, por exemplo, que podem destinar 6% de seu imposto de renda para instituições ou projetos com os quais simpatize ou confie.
Tenho certeza de que, ao saberem do quanto pode praticar o altruísmo sob a forma da doação, milhões de brasileiros vão agir para transformar aqueles milhões em bilhões de reais em prol de projetos e ações em benefício dos que precisam.
Nos últimos anos, o Hospital de Base de Rio Preto tem atuado firmemente, com determinação, para que cada vez mais pessoas de que isso é possível. Assim, temos conseguido aumentar significativamente o volume de doações em dinheiro que nos possibilitam investir na reforma e ampliação do Setor de Emergência do SUS, da nossa Oncologia e implantar o nosso Serviço de Transplante de Medula Infantil, entre inúmeros outros projetos.
Tudo isso só é possível porque cada vez mais pessoas descobrem que uma das melhores sensações da vida é ter "amor à humanidade".