A última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz um dado, na área da Educação, que me incomoda: 7% da população, ou 11,3 milhões de cidadãos com 15 anos ou mais, não sabem ler nem escrever.
De forma prática, dependem da ajuda dos outros – de confiança ou estranho – para concretizar algo banal ou importante. Nessa questão, em especial, reside o perigo. Afinal, poderão ser manipuladas, enroladas, roubadas ou enganadas – para citar apenas algumas das possibilidades.
O estudo revela muito mais do que um raio-x do analfabetismo. No fundo dos números, há um doloroso retrato das desigualdades regionais e também raciais que mostram a dívida histórica que o Brasil contraiu ao longo dos últimos séculos.
Na questão da cor, 3,9% das pessoas brancas são analfabetas. Ao comparar com pardos e negros, o índice quase triplica e chega a 9,1%. O analfabetismo é mais frequente no Nordeste (13,9%) e Norte (8%). No abastado Sudeste, a taxa é de 3,5% - praticamente quatro vezes inferior do que o líder do ranking.
Os matemáticos de plantão podem argumentar que o índice é pequeno. É uma minoria ‘grande’. É equivalente à população inteira de países como Bélgica, Grécia, República Tcheca, Portugal, Suécia, Israel ou Áustria. Em suma: é muita gente.
Para ser um país justo, igualitário e desenvolvido, a educação deve ser prioridade. Quando todos os brasileiros lerem e escreverem, vão lutar por oportunidades, empregos e vagas em universidades em igualdade. Isso faz toda diferença. O Brasil escreve uma história com letras que não são entendidas por todos.